Nanocoating: desenvolvimento de um novo tipo de revestimento nano-estruturado

O projeto, apoiado em tecnologias mais eficientes do ponto de vista ambiental, material e energético destinado ao setor automóvel, reúne a Endutex e o CeNTI - Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes.

 

1. Síntese

Na primeira pessoa, Miguel Couto, diretor fabril, revela qual a mais-valia e os ensinamentos que se podem retirar deste projeto.

“Com a realização do projeto Nanocoating, a Endutex adquiriu conhecimento numa tecnologia de processamento diferente da sua e desenvolveu capacidades e aptidões técnico-científicas, não só pela parceria com a entidade do SCTN - Sistema Cientifico e Tecnológico Nacional (neste caso o CeNTI – Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes), como também com as visitas a feiras da especialidade, visitas a fornecedores e técnicos da área, e pela implementação do sistema de gestão de IDI.

Tudo isto só foi possível com o apoio do programa COMPETE, pois de outra forma, e tendo em conta os diferentes desafios diários da empresa, seria difícil gerir, estabelecer parcerias e financiar a realização do projeto.

O Programa COMPETE foi portanto fundamental para a realização deste projeto, do qual resultaram um conjunto de novas ferramentas e conhecimento, que estão a ajudar a empresa a manter o nível de competitividade com a entrada em novas áreas tecnológicas e mercados.” 

 

2. Âmbito

O projecto teve como objectivo tecnológico o desenvolvimento de uma linha de novos produtos têxteis revestidos destinados ao sector automóvel (coberturas de bagageira), com base em tecnologias mais eficientes do que as actuais dos pontos de vista energético, material e ambiental.

O apoio técnico científico foi garantido pelo CeNTI - Centro de Nanotecnologia e Materiais Técnicos, Funcionais e Inteligentes, entidade do SCTN -Sistema Cientifico e Tecnológico Nacional.

Pretendia-se também desenvolver, na empresa, a sistematização das actividades de IDT por via da certificação do SGIDI.

Foi adquirido um software de gestão de IDI desenvolvido para o efeito, sendo a validação da certificação levada a cabo pela APCER.

 

3. Objetivos

O projecto teve como principais objectivos:

  1. Reforçar a componente tecnológica e de inovação em que assenta a actividade da empresa, através do desenvolvimento de novos produtos que suportem a sua progressão na cadeia de valor e o reforço da sua presença em mercados internacionais, neste caso em particular, no mercado automóvel;
  2. Desenvolver novos produtos com elevado valor acrescentado;
  3.  Apoiar o desenvolvimento proposto em tecnologias mais eficientes dos pontos de vista ambiental, material e energético do que a tecnologia actual;
  4. Estudar a implementação de uma nova linha de produção baseada nas tecnologias inovadoras propostas neste projecto;
  5. Desenvolver o conhecimento e propriedade intelectual e industrial necessários à exploração da tecnologia desenvolvida no âmbito do projecto.

 

4. Evolução

De uma forma geral o projecto decorreu conforme o previsto em candidatura, tendo-se obtido um material reciclável, e que cumpre grande parte dos requisitos definidos. No entanto, a conjuntura económica vivida nos anos em que o projecto decorreu impossibilitou a aquisição do equipamento industrial durante o período de execução do projecto, não tendo sido possível implementar as soluções tecnológicas no âmbito do ciclo produtivo. Foram no entanto produzidos protótipos do revestido a uma escala semi-industrial, numa largura de 500 mm. No entanto, foram sendo estudadas propostas de fornecedores no sentido de adquirir o equipamento necessário, quando se considerar oportuno.

Como impacto imediato pode mencionar-se o desenvolvimento de um novo tipo de revestido destinado a coberturas para bagageira, com características claramente diferenciadoras dos existentes no mercado. Este facto representa desde logo uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes directos.

A empresa desenvolveu também o seu conhecimento e competência no que respeita a utilização de tecnologias limpas (sem efeitos nefastos para o meio ambiente), e mais eficientes dos pontos de vista material e energético, como alternativas à tecnologia actual.

Como consequência dos pontos anteriores a empresa desenvolveu o conhecimento e propriedade intelectual e industrial necessários à exploração da tecnologia desenvolvida no âmbito do projecto, sob a forma de um pedido prévio de patente nacional. Ainda como consequência do projecto, a empresa obteve a certificação pela norma NP4457 em Investigação, Desenvolvimento e Inovação.

Em paralelo, este projeto permitiu à empresa aumentar significativamente a capacidade de desenvolvimento de novos produtos através da geração, registo e exploração de conhecimento científico-tecnológico e por meio do estabelecimento de relações sinérgicas com o Sistema Cientifico e Tecnológico Nacional, aqui representado pelo CeNTI.

 

5. Resultados

Finalmente, e como resultado do projecto, poder-se-ão resumir os seguintes pontos:

  1. Desenvolvimento de um novo tipo de revestido, com características claramente diferenciadoras dos existentes no mercado;
  2. Desenvolvimento de conhecimento e competência no que respeita a utilização de tecnologias mais eficientes dos pontos de vista ambiental, material e energético, como alternativas à tecnologia actual;
  3. Aumento significativo da capacidade de desenvolvimento de novos produtos através da geração, registo e exploração de conhecimento científico-tecnológico e por meio do estabelecimento de relações sinérgicas com o Sistema Cientifico e Tecnológico Nacional.

 

6. Apoio do COMPETE

O Nanocoating é um projeto de I&DT (Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico) apoiado no âmbito do Programa COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade, envolvendo um total de investimento elegível de 604 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de 344 mil euros.

 

7. Links

Site: http://www.endutex.pt/

 

(Image courtesy of graur codrin at FreeDigitalPhotos.net)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

19/05/2015 , Por Cátia Silva Pinto
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