O mar, fazendo parte da nossa identidade e cultura, é um elemento de ligação privilegiada entre as várias Regiões do País

O mar é parte intrínseca da nossa história como país, da nossa forma de vida e da nossa economia, considerando que Portugal tem uma faixa costeira de 1.187 km e a terceira maior Zona Económica Exclusiva (ZEE) da Europa, 18 vezes superior ao território continental do país.

O mar – oceano atlântico - fazendo parte da nossa identidade e cultura, é um elemento de ligação privilegiada entre as várias Regiões do País e deste com a Europa e o resto do Mundo e marcou decisivamente o desenvolvimento de Portugal, com as trocas comerciais, culturais e científicas durante a época dos descobrimentos.

Os mares e os oceanos europeus no geral e o atlântico no nosso particular oferecem oportunidades de crescimento económico e criação de emprego se os olharmos em todas as vertentes e investigarmos todas as suas potencialidades. São ainda uma imensidão de recursos por explorar à medida que o aumento da população mundial pressiona mercados em busca de alimentos, energia e medicamentos. Desde a produção de energia limpa até ao desenvolvimento de indústrias sustentáveis em áreas tão diversas com a biotecnologia e a aquacultura, a inovação na Economia Azul é crucial para a Europa e para Portugal.

O crescimento da investigação nos mares permite-nos ser optimistas em relação a um conjunto de projetos de investigação, a maioria dos quais financiados por Fundos da União Europeia, que permitirão trazer do laboratório para o mercado soluções inovadoras, sobretudo em áreas com a biotecnologia, as energias renováveis, os recursos minerais e a aquacultura.

 O COMPETE 2020 apoia, no contexto do Portugal 2020, os projetos de investigação e desenvolvimento que contribuam para conhecer as novas potencialidades do mar.

Uma economia marítima próspera para Portugal passa pelo aproveitamento do potencial existente ao nível da biodiversidade oceânica, das fontes de energias renováveis, dos centros de investigação modernos e altamente qualificados, dos transportes marítimos e portos, dos recursos pesqueiros, do turismo, entre outros novos usos que o mar pode vir a ter no futuro.

Eis os quatro projetos que divulgamos nesta newsletter.

 

Projeto FermALG: Fermentação como tecnologia geradora de inóculo para a produção industrial de microalgas

De uma preocupação ambiental em reduzir o CO2, e fruto de um longo processo de investigação numa nova tecnologia - a fermentação, nasceu o projeto FermALG que visou a produção de microalgas para aumentar a produção e qualidade da biomassa de elevado valor acrescentado e posterior comercialização de um ingrediente alimentar com elevado valor nutricional.  

 

Projeto OceanTech: Sistema de Gestão de Operações com base em Veículos Robóticos Inteligentes para a Exploração do Mar Global a partir de Portugal

Promovido por um consórcio de 12 promotores, o projeto visa desenvolver um sistema de gestão de operações submarinas com base em veículos robóticos inteligentes. Tal implica, “pela primeira vez, a utilização colaborativa de plataformas de recolha de dados distintas, integrando tecnologias disruptivas, sistemas de comunicação inovadores e uma infraestrutura de suporte tecnologicamente avançada”, explica Luís Almeida, coordenador do Oceantech.  

 

Projeto PLASTICGLOBAL - Avaliação da transferência de agentes químicos mediada por plásticos e dos seus efeitos em redes tróficas de ecossistemas de profundidade, costeiros e estuarinos em cenários de mudanças globais

PLASTICGLOBAL: qual o impacto de agentes químicos em redes alimentares marinhas? Esta é uma das questões que o projeto liderado pelo CIIMAR com o apoio do COMPETE 2020 visa esclarecer, tendo em conta que o objetivo central consiste na avaliação da transferência de agentes químicos mediada por microplásticos em redes alimentares marinhas/estuarinas e os seus efeitos considerando cenários de mudanças climáticas globais.  

 

Projeto EMSO-PT: Observatório Europeu Multidisciplinar do Fundo do Mar e Coluna de Água – Portugal

Filipa Marques, colaboradora no projeto cofinanciado pelo COMPETE 2020, explana que o objetivo passa por criar “observatórios submarinos multidisciplinares, fixos, com o objetivo de fornecer informação científica em tempo quase real, a longo prazo, dos processos ambientais marinhos relacionados com a interação entre a geosfera, a biosfera e a hidrosfera”.  

23/05/2018 , Por Paula Ascenção