Continental FoF: Continental AA''s Factory of the Future

Enquadramento

Assiste-se, atualmente, a uma revolução digital na indústria e a uma rápida evolução tecnológica relacionada com os processos produtivos, impondo às indústrias produtivas a necessidade de se transformarem em Fábricas do Futuro, isto é, que sejam altamente flexíveis a qualquer tipo de processo/produto, rapidamente adaptáveis a mudanças externas (como a alterações de especificações técnicas estruturais do produto), que consigam atingir um elevado grau de sustentabilidade no que respeita ao impacto ambiental e ao consumo de recursos e, em simultâneo, que sejam competitivas do ponto de vista económico.

Estas novas Fábricas do Futuro devem ser inteligentes e dotadas com sistemas produtivos de conectividade global, permitindo que a intervenção humana em tarefas repetitivas seja substituída por equipamentos inteligentes e o papel do operador seja fundamental para a otimização da gestão de informação das ferramentas tecnológicas implementadas, gerando assim um processo produtivo de alta eficiência e eficácia.

Assim, com vista a se manterem competitivas num mercado global cada vez mais concorrencial, as indústrias produtivas (como é o caso da indústria de componentes para o setor automóvel) deverão reorientar a sua estratégia de negócio, na qual os investimentos em investigação e desenvolvimento (“I&D”) assumem um papel fulcral para a evolução e modernização dos seus processos produtivos.

O Projeto

O projeto “Continental FoF” visa a criação de novo conhecimento técnico-científico que viabilize o desenvolvimento de novos produtos de alta intensidade tecnológica que – integrados – criarão a Fábrica do Futuro da Continental Advanced Antenna, Unipessoal, Lda. (“CONTINENTAL AA”), dando resposta aos complexos desafios que se perspetivam para a nova geração de veículos do futuro.

Pretende-se contribuir para o avanço na indústria e no meio técnico-científico, nacional e internacional, através da conceptualização, investigação e desenvolvimento de novas soluções tecnológicas que, após integração, deverão viabilizar o total abandono do chão de fábrica, criando um avançado e inteligente processo produtivo que seja:

(i) flexível, modular e com capacidade de customização em massa;

(ii) conectado digitalmente a todo o seu meio envolvente;

(iii) dinâmico na recolha, leitura, tratamento e interpretação de dados;

(iv) autónomo e inteligente na tomada de decisões (sustentado na operação de algoritmos de inteligência artificial sobre os dados recolhidos);

(v) simbiótico na relação com o operador;

(vi) sustentável na gestão de recursos; e

(vii) integrado com um processo logístico igualmente dinâmico e interativo, salvaguardando um controlo real e efetivo sobre a qualidade do produto, a todo o tempo.

Serão, assim, investigados e desenvolvidos sete domínios tecnológicos: (1) sistemas ciberfísicos híbridos de produção, (2) dispositivos inteligentes e sistemas mecatrónicos, (3) transformação digital do processo produtivo e do meio envolvente, (4) sistema de execução e gestão industrial, (5) relação simbiótica Homem-Máquina, (6) relação simbiótica Homem-Fábrica e (7) Fábrica do Futuro e customização em massa.

Para o efeito, este Projeto de I&DT será promovido por um consórcio completo que reúne entidades com competências nas áreas consideradas nucleares do Projeto, 4 entidades empresariais e 4 Entidades não Empresariais do Sistema de I&I (aonde a UTAD se insere), sendo a sua ação conjunta indispensável e crucial para endereçar os desafios tecnológicos subjacentes ao Projeto.

O Projeto terá a duração de 33 meses, prevendo-se o envolvimento de 169 recursos altamente qualificados (dos quais 76 doutorados) e um investimento total de aproximadamente 12,7 milhões de euros.

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Copromoção, envolvendo um investimento elegível de 9 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 5,6 milhões de euros.

30/06/2022 , Por Miguel Freitas
Portugal 2020
COMPETE 2020
Europa