O que têm em comum 4 novas fábricas que vão criar 265 postos de trabalho? Apostam na Inovação com o apoio do COMPETE 2020.

O investimento em novas unidades produtivas de bens transaccionáveis é essencial para alavancar o crescimento da economia portuguesa , pressupondo-se a adopção de um novo paradigma de produção industrial com incorporação de serviços de valor acrescentado, inovação e tecnologia – vertical e horizontal (TIC).

A consolidação do crescimento económico e da criação de emprego constituem os desafios mais relevantes da economia portuguesa e dependem, essencialmente, do reforço da competitividade e inovação das empresas nacionais. A dimensão tecnológica é parte integrante duma matriz de desenvolvimento nacional dado que o futuro de uma indústria terá de ser sustentado pelo desenvolvimento constante do conhecimento e em tecnologia, e inteiramente virada para o mercado global. O futuro das empresas dinâmicas depende da aposta na tecnologia, seja ao nível a conceção de ideias novas de serviços e produtos e da operacionalização de centros modernos rentáveis de produção, seja sobretudo ao nível da construção e participação ativa em redes internacionais de comercialização e transação de produtos e serviço

O atual contexto é de concorrência acrescida, o que faz aumentar a pressão, quer para a compressão dos custos quer para o aumento da qualidade e da inovação em novos produtos. Face à tendência para a contração da população ativa, esforços adicionais devem ser desenvolvidos para aumentar as qualificações da força de trabalho, de forma a preencher a nova procura no mercado de trabalho, resultante quer da substituição da força de trabalho, quer do aumento da procura líquida de trabalho promovido pelo desejável crescimento de empresas inovadoras.

A consolidação e a revitalização do tecido empresarial, numa trajetória de crescimento sustentado num processo de internacionalização, sobretudo nos setores identificados como dinâmicos, têm sido consideradas como apostas com menor risco de insucesso e melhor adaptadas às condicionantes atuais e esperadas da economia portuguesa. Neste contexto, a capacitação das empresas portuguesas de bens e serviços na tomada de decisões de internacionalização beneficiou da disponibilização de informação detalhada sobre os mercados-alvo das exportações nacionais, através de uma plataforma de inteligência económica. O caminho está a ser traçado pelas empresas mais dinâmicas: a modernização deve ser orientada quer para as exportações, quer para a “substituição das importações”, isto é, no plano interno, para o aproveitamento de nichos de mercado, aumentando a qualidade do produto oferecido por empresas residentes a clientes domésticos

 

Nesta edição da Newsletter vamos apresentar-lhe 4 novas fábricas , que envolvem um total de investimento de 39 milhões de euros, que atuam em setores diversos mas que têm um denominador comum : a aposta na diferenciação.

São unidades fabris no novo paradigma apostando em produtos transaccionáveis e aptos a criar um espaço no mercado global.

Resta sublinhar a relevância destas empresas para a criação de emprego e para dinamização das economias locais.

 

  • MicroLime – Produtos de Cal e Derivados, S.A

A concretização deste projeto visa nova construção com diversificação da produção, passando de uma produção anual de cal da MicroLime das acuais 35 mil toneladas, produzidas na fábrica do Seixal, para cerca de 123 mil toneladas nas duas fábricas em 2019, através da produção na nova fábrica da Maxieira de novos produtos de maior valor no mercado. Desta forma, a MicroLime passará ter uma maior capacidade de produção e simultaneamente uma maior variedade de referências e qualidade do produto final disponíveis para o mercado, permitindo-lhe o aumento do fornecimento dos atuais clientes nacionais e internacionais, a penetração em novos mercados e o abastecimento de novos e mais rentáveis setores.

A concretização deste projeto representa um investimento importante quer pelo volume de investimento previsto quer pelos postos de trabalho a criar. Para a nova unidade de produção está prevista a contratação de 21 novos colaboradores.

 

  • Triangle's, Cycling Equipment, S.A

Em entrevista exclusiva Armando Levy Silva, Administrador da Triangle’s – Cycling Equipments, S.A, assume este projeto como “100% inovador, a Triangle’s é a única fabrica no mundo a soldar quadros 100% por Robots, tem sempre grandes desafios. Destaco os principais, que foram a seleção dos fornecedores e construir a equipa de colaboradores.”

A Triangle's, Cycling Equipment, S.A. é um projeto inovador que resulta da parceria de três empresas portuguesas ligadas ao setor do ciclismo: a Rodi, a Miranda e a Ciclo Fapril.

A Triangle’s tem como objetivo específico fabricar quadros em alumínio destinados à produção de bicicletas, com modelos para bicicletas elétricas e bicicletas comuns, utilizando tecnologias inovadoras de transformação do alumínio, onde se destaca o processo de soldadura, que é totalmente robotizado.

O projeto irá criar 106 postos de trabalho diretos dos quais 11 com formação superior.

 

  • CMC Biomassa

Quando em Portugal ninguém falava de biorrefinarias para biomassa, eis que a empresa CMC biomassa aposta num projeto inovador que visa a produção de farinhas de madeira como combustível industrial, com um processo de biorrefinaria dedicado às biomassas florestais.

A inovação subjacente a este projeto consiste na particularidade de ser a primeira fábrica, em Portugal, a produzir farinhas de madeira como combustível industrial, através de um processo com capacidade para retirar óleos, extratos e ácidos da biomassa residual disponível.

O presente projeto de investimento visa a criação de um novo estabelecimento, consubstanciado na inovação do processo produtivo. A CMC Biomassa detém atualmente um estabelecimento localizado em Alcobaça, especializado na produção de pellets a partir de biomassa residual. Atualmente é o único produtor em Portugal a produzir agropellets, ou seja, pellets produzidos exclusivamente a partir de biomassa residual, sem qualquer recurso a matérias resultantes do abate de árvores e florestas.

 

  • BioSurfit

Com este projeto a Biosurfit vai construir uma nova unidade fabril na Azambuja,

A Biosurfit vai criar um novo espaço com uma linha de produção integrada multiproduto para a produção em massa dos seus testes descartáveis e também para a produção dos equipamentos de diagnóstico que comercializa. Este investimento dará também suporte ao lançamento de novos produtos descartáveis de elevado potencial e complementaridade com a actual oferta da empresa. Este investimento permite também a diversificação com dois novos tipos de equipamentos com exatamente a mesma tecnologia e linha de produção para dois novos segmentos de mercado de enorme potencial.

 

30/11/2017 , Por Paula Ascenção