COMPETE 2020 apoia projetos colaborativos que respondem a desafios societais

A convergência para a Europa do conhecimento deve-nos mobilizar e orientar. E se é verdade que os mais recentes dados estatísticos mostram um aumento considerável do investimento público e privado em Portugal nos últimos anos, assim como do número de investigadores, o nosso esforço conjunto passa por continuar a conjugar a capacidade e os interesses da comunidade científica com as necessidades dos cidadãos, das empresas, e de organizações civis

O COMPETE 2020 tem na sua estrutura instrumentos que visam contribuir para o reforço das capacidades de investigação e inovação e promove todas as fases da cadeia de I&I (da I&D a valorização do conhecimento).

Privilegia uma lógica de interação entre todos os atores deste sistema, com especial enfoque entre as entidades de investigação e divulgação de conhecimentos (composto pelas universidades, laboratórios do Estado, centros de I&D públicos e entidades de interface, como sejam os Centros Tecnológicos, ou seja, entidades não empresariais do Sistema de I&I) e as empresas (enquanto entidades centrais da componente inovação).

Ciência e inovação são dois pilares fundamentais para a competitividade nacional. E a aproximação que tem ocorrido entre os Centros de Saber e as empresas é prova de que ambos percebem as sinergias que podem acontecer e desta forma responder a questões cruciais para a Europa inclusiva e com um crescimento sustentável.

A inovação depende de Investigação & Desenvolvimento, que envolve por parte das empresas uma aposta financeira relevante, por isso o trabalho próximo dos centros de saber e  a valorização da transferência de conhecimento e tecnologia tem de ser feita com foco bem definido e perspectivas concretas de utilização. A inovação tem que satisfazer necessidades emergentes, e é essencial saber em que setores da agricultura, da indústria e dos serviços estão essas necessidades.

Este aumento do apoio ao trabalho de investigação traduz-se não só num aumento do incentivo mas num esforço de contratação de mais doutorados para o processo de investigação e sobretudo na garantia de divulgação de resultados e de disseminação de conhecimentos, e quando aplicável, uma estratégia de transferência de conhecimento.

No âmbito do Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT), foi lançado em 2015 um aviso específico para apoiar Programas de Atividades Conjuntas (PAC),apresentadas por consórcios de entidades não empresariais do sistema de I&I nacional, envolvendo investimentos de dimensão estruturante, temáticos e de carácter multidisciplinar, estabelecidos com o objetivo de apresentar propostas que contribuam para responder a grandes desafios societais, ou quando adequado a colmatar lacunas no tecido científico e tecnológico, identificadas no país ou regiões. 

Foram aprovados 16 projetos , envolvendo um investimento de 36 milhões de euros correspondendo a 25 milhões de euros de Fundo ( FEDER) .

Os Desafios societais, como as mudanças climáticas, o envelhecimento da população, a segurança energética e outros, são determinantes na promoção da investigação nos últimos anos. A complexidade destes desafios exigem respostas interdisciplinares e geralmente cobrem toda a cadeia de inovação, desde a pesquisa fundamental até a demonstração. 

Nesta edição fomos conversar com os investigadores responsáveis do CREATOR, ESGRID e SUN Storeage 

CREATOUR : O Turismo Criativo é uma forma emergente de fazer turismo, tanto pelo lado da oferta como pelo lado da procura, que permite ao visitante aprofundar o contacto e conhecimento com a cultura local, através da participação directa em actividades culturais e criativas e de um envolvimento nas dinâmicas criativas do destino. Permite que as comunidades e as instituições locais e as regiões de destino beneficiem da valorização económica e social inerente, assim como possibilita que as actividades artísticas e criativas desempenhem um papel impulsionador no desenvolvimento socioeconómico mais alargado. 

ESGRIDS: Desenvolvimento de  investigação em TRLs (Technology Readiness Levels) de menor dimensão produzindo resultados que permitem identificar, entre outros, novos desafios para os sistemas elétricos, a definição de novas arquiteturas de gestão e novos modelos de mercado. Paralelamente avaliação do envolvimento ativo dos consumidores na gestão das redes elétricas, na definição de estratégias avançadas de gestão e controlo das redes de distribuição envolvendo técnicas de previsão e otimização, solução de telecomunicações e resiliência das redes de distribuição explorando interfaces eletrónicos associados 

SUN STORAGE : Desenvolver uma RFB (bateria de fluxo redox) muito eficiente em termos de energia, mas também combiná-la com a possibilidade de carregamento solar direto - essa associação é uma nova abordagem inovadora da Diretiva da UE para edifícios com energia quase zero, que será aplicada a todos os novos edifícios já a partir de 2021. Como tal, a diretiva e a conversão eficiente da luz solar em combustíveis químicos e eletroquímicos armazenáveis ​​é abordada em duas propostas: o uso de uma célula fotoeletroquímica (PEC) para converter a luz solar em energia eletroquímica numa bateria de fluxo redox (RFB); e eletrorredução solar de CO2 em CO e em MeOH.

24/10/2019 , Por COMPETE 2020