Apoiar a competitividade através de ações orientadas para o interesse geral | o desafio coletivo

O COMPETE 2020 é o programa que no âmbito do Portugal 2020 tem como finalidade contribuir para a criação de uma economia mais competitiva, baseada em atividades intensivas em conhecimento, na aposta em bens e serviços transacionáveis e internacionalizáveis e no reforço da qualificação e da orientação exportadora das empresas portuguesas, em especial das PME, promovendo, igualmente, a redução de custos associada a uma maior eficiência dos serviços públicos e à melhoria dos transportes e sua integração nas redes transeuropeias.

Orientados para o desenvolvimento empresarial os instrumentos deste programa abrangem todo o contexto envolvente da actividade económica.

Nos apoios indiretos ao desenvolvimento empresarial ressaltam os incentivos a ações coletivas de desenvolvimento empresarial, bem como o apoio a entidades de interface do Sistema de I&I, nomeadamente no âmbito do ecossistema do empreendedorismo. De acordo com a monitorização do programa, a 28 de fevereiro 2019, estes projetos representavam 186 milhões de euros de incentivo FEDER, representando as áreas de internacionalização e de qualificação 71% deste valor. 

As ações coletivas correspondem a iniciativas orientadas para o interesse geral através da disponibilização de bens tendencialmente públicos, fortemente mobilizadores e com elevadas externalidades positivas, visando a promoção de fatores de competitividade de finalidade coletiva. No passado recente, os projetos cofinanciados pelos fundos comunitários neste âmbito têm-se concentrado em iniciativas de promoção e marketing internacional, de conhecimento e prospeção dos mercados externos, bem como de clusterização (plataformas de inovação aberta), tendo como principais beneficiários os setores exportadores tradicionais da economia portuguesa. Estando globalmente alinhados com as prioridades políticas no domínio da competitividade (em particular, a promoção da internacionalização e das dinâmicas colaborativas e a aderência às prioridades definidas na RIS3), os incentivos às ações coletivas atribuem maior ênfase à diversificação e aprofundamento da base exportadora da economia, ao reforço da difusão, demonstração e transferência de conhecimento e tecnologia para a economia, bem como ao fomento do empreendedorismo qualificado.

O sistema de apoio a ações coletivas é complementar, a montante e a jusante, do sistema de incentivos diretamente orientado para as empresas e visa potenciar os seus resultados e a criação ou melhoria das condições envolventes, com particular relevo para as associadas a fatores imateriais de competitividade de natureza coletiva.

A relevância deste instrumento para promover a competitividade deu o mote e esta semana apresentamos-lhe 4 projetos que atuam no setor empresarial mobilizando para a qualificação :

 

  • PME QUALIFY: reforço das capacidades de organização e gestão das PME para a economia digital

"O reforço da capacitação empresarial de PME para o desenvolvimento de bens e serviços impõe que se actue junto das empresas no sentido de criar massa crítica, ou seja, qualificar para que actuem de forma sustentável, afirmando-se nos mercados de forma dinâmica e competitiva.

Assim, com o PME QUALIFY pretendemos apostar no reforço das capacidades de organização e gestão das PME, através da realização de acções que sensibilizem, orientem e fomentem a inclusão das micro e PME na economia digital, para a importância da indústria 4.0 e da incorporação tecnológica nos modelos de negócio, bem como para a sua integração e participação em redes de cooperação." Elisabete Rita , AIDA 

 

  • Comércio Digital - Qualificar empresas do comércio e serviços para a Economia Digital

O programa Comércio Digital é uma iniciativa da ACEPI – Associação da Economia Digital, em parceria com a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), que está a promover a presença online junto das empresas portuguesas do sector do comércio e dos serviços, dando-lhes a conhecer as estratégias para uma presença online e as ferramentas essenciais do marketing digital que lhes permitirá “modernizar e internacionalizar os seus negócios, aproveitando novas oportunidades, no contexto do comércio online e da economia digital a nível mundial. Fomos conversar com António Teixeira, coordenador do projeto COMÉRCIO DIGITAL.

 

  • Plataforma Portugal i4.0

Promovido pela COTEC , este projeto visa qualificar as PME nacionais para vencer os desafios do paradigma da Indústria 4.0, tendo como objectivo central colmatar lacunas e deficiências na incorporação de conceitos e tecnologias característicos da 4a revolução industrial, contribuindo para reforçar competências de gestão e inovação e assim a respectiva competitividade. Indústria 4.0 é o maior desafio que se colocará ao tecido empresarial português e aos centros de produção e transferência de conhecimento na próxima década. O ecossistema de inovação empresarial em rede da COTEC, com especial foco no crescimento das PME, permitirá a identificação de tendências, selecção de boas práticas, codificação e disseminação de conhecimento, de forma alargada, no tecido empresarial português.

 

  • Projeto DreAM | DigitAl Management

Promovido pela ITeCons, o objetivo central do projeto DreAM | DigitAl Management é a transferência de conhecimento e de ferramentas para empresas de micro, pequena e média dimensão dedicas ao fabrico e comércio local de materiais e sistemas construtivos, potenciando o reforço da sua presença nos meios digitais, a implementação de modelos de gestão integrada, a desmaterialização de processos, nomeadamente na relação com clientes e fornecedores, e a tomada de decisões informadas e atualizadas, nomeadamente em termos económicos e financeiros.Pretende-se conceber uma plataforma web através da qual as empresas beneficiárias possam aceder para criar gratuitamente um website empresarial (com loja online) e respetivos módulos de gestão. Os produtos apresentados na loja on-line poderão ser tornados visíveis num Marketplace global, potenciando a visibilidade dos produtos disponibilizados pelas empresas utilizadoras desta solução, reforçando a natureza coletiva do projeto. Servirá, ainda, de ferramenta privilegiada na identificação de oportunidades, necessidades e nichos de mercado.

 

 

11/04/2019 , Por Paula Ascenção