Mais de um milhão de bicicletas por ano a saírem da RTE para o mundo

Empresa

Desde a sua fundação, a RTE especializou-se na prestação de serviços para as indústrias produtoras e utilizadoras de produtos metálicos, com destaque para o tratamento anticorrosivo, o revestimento, a pintura e o acabamento de superfícies. Atualmente, a atividade da RTE centra-se na montagem de bicicletas, atividade que é complementada com a produção interna de componentes a incorporar no produto final.

Procurando e utilizando as mais recentes tecnologias e otimizando continuamente os seus métodos de trabalho a RTE pauta-se por um serviço de excelência, fiabilidade, inovação e sustentabilidade.

Da RTE saem 1.3 milhões de bicicletas por ano que circulam na Europa.

 

Projeto

O projeto contribuiu para o aumento da capacidade instalada da RTE, através da adoção de inovações produtivas que permitiram à Empresa passar a produzir componentes de bicicletas (quadros, raios e forquetas) e, por esta via, substituir a sua aquisição via importação, passando a deter uma capacidade de produção integrada.  

Os objetivos do projeto consistiram na criação de condições técnicas e tecnológicas necessárias ao fabrico de quadros, raios e forquetas através de métodos produtivos que permitiram à RTE alcançar índices de produtividade elevados associados a parâmetros de altíssima qualidade, permitindo assim criar vantagens competitivas e aumentar a capacidade de produção de bicicletas e respetivos componentes.

As 3 novas linhas de produção de componentes que integraram os objetivos do projeto permitem agora que a RTE produza os componentes, que anteriormente, a este projeto, eram importados.

 

Entrevista a Jorge Salgado, presidente da RTE

Somos produtores de bicicletas de excelência. Quais os fatores que vos diferenciam? A nossa capacidade de nos ajustar ao mercado. Fabricamos um produto com sazonalidades muito vincadas, o que nos obriga a sermos flexíveis às exigências do momento. O nosso elevado nível de incorporação de algumas atividades no produto final, nomeadamente componentes mais sensíveis. Procuramos incorporar conteúdo tecnológico nos nossos projetos garantindo níveis elevados de fiabilidade e confiança no nosso produto.
Quais os resultados deste investimento (qualitativos e quantitativos)? Qualitativos: Permitiu a produção interna de componentes muito sensíveis à atividade e que até então eram importados. Quantitativos: Únicos na Europa a trabalhar nestas condições. Com a atividade em pleno conseguimos uma redução nas importações e um acréscimo significativo no volume de negócios.
Qual o valor acrescentado do projeto para a região e para posicionar Portugal como produtor de excelência? Vila Nova de Gaia consolidou o seu posicionamento no panorama nacional como zona forte na produção de bicicletas. A nível nacional Portugal já é uma referência na Europa no que toca à produção de bicicletas.
Quais os maiores desafios no atual contexto provocado pela Pandemia? A incerteza faz com que olhemos cada vez mais para as questões da flexibilidade e capacidade de resposta. Tudo isto coloca muita pressão sobre o investimento. Por outro lado exige-nos uma estrutura financeira mais forte que possa fazer face a uma eventual quebra abrupta de receitas. Neste momento o conforto de uma atividade regular e plena é posto em causa. Simultaneamente temos o desafio de saber lidar com o desconforto de nos adaptarmos aos espaços com estas novas limitações, tivemos a necessidade de mobilizar esforços para adequar a nossa “nova” vida na empresa (reforço das equipas de saúde e higiene e segurança, partilha de visão, formação, treino, ...)
Considerando a aposta da Comissão numa recuperação em que um dos pilares é o desenvolvimento sustentável que oportunidades para o setor? As oportunidades vem do mercado. Neste momento o mercado acelarou a procura da bicicleta como meio de transporte urbano. A RTE vê esta conjuntura como uma oportunidade o que nos levou a mais investimento e ao lançamento de uma marca própria de bicicletas eletricas.
Que importância teve o apoio do Compete 2020 para atingir os objetivos da empresa? O incentivo do Compete 2020 trouxe um estímulo adicional ao investimento. Permitiu-nos, ao longo do projeto, ter um conforto adicional na tesouraria e simultaneamente tornar o projeto mais célere.

 

Apoio

O projeto é cofinanciado pelo COMPETE 2020, no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação, envolvendo um investimento elegível de 5,4 milhões de euros, o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 1,9 milhões de euros.

 

19/08/2020 , Por Célia Pinto