LuCaS: Método não invasivo para caracterização do cancro do pulmão

Cofinanciado pelo COMPETE 2020, o projeto LuCaS concebeu uma metodologia não invasiva para o diagnóstico do cancro do pulmão. Hélder Oliveira, investigador responsável no INESC TEC sintetizou o estado de arte deste projeto, os desafios já superados, as espectativas acerca dos resultados a alcançar e a importância do apoio dos fundos comunitários.
 
 
1. Testemunho de Hélder Oliveira, investigador responsável
 
Hélder Oliveira - Investigador responsável do projeto LuCaS    
 
O cancro do pulmão é o tipo de cancro mais frequente e mais mortífero, com uma mortalidade de 1.8 milhões em todo o mundo. 
Dados estatísticos têm mostrado que o diagnóstico em fase avançada representa um dos mais importantes fatores responsáveis pela elevada taxa de mortalidade, e que o caminho para aumentar a taxa de sobrevivência passa por direcionar o paciente para um tratamento especifico, que se enquadre no seu perfil genético para que seja possível controlar a progressão do cancro. 
 
A biópsia tem sido o método utilizado para caracterizar o cancro, e embora seja um método capaz de obter informação valiosa, é uma abordagem que levanta inúmeros problemas clínicos, e em alguns casos, não é capaz de obter uma caracterização completa devido à heterogeneidade espacial do tumor.
 
A imagiologia médica oferece um grande conjunto de informação útil a partir de uma perspetiva que engloba uma caracterização completa, abrindo oportunidades para investigar a relação entre as manifestações visuais presentes numa imagem médica e o perfil genético do cancro, usando uma abordagem não-invasiva.
 
No projeto LUCAS, temos como objetivo tornar os sistemas de apoio à decisão mais objetivos e quantitativos, através de uma abordagem Radiomics para descrever e criar modelos preditivos relacionando fenótipos de imagens a assinaturas genómicas. 
 
 
A capacidade preditiva será validada por estudos clínicos e laboratoriais de referência. O desenvolvimento dos modelos tirará partido das vantagens das abordagens de aprendizagem automática. O projeto compreende, ainda, uma componente prospetiva, onde um modelo será desenvolvido para avaliar contribuições de biópsia líquida na caracterização do cancro de pulmão. Esta abordagem, será de grande valor como meio para obter dados moleculares de forma minimamente invasiva e compatível com a rotina clínica.
 
Recentemente conduzimos uma investigação para visualização de dados em alta dimensão e desenvolvemos modelos de aprendizagem para classificação de marcadores biológicos, EGFR e KRAS, utilizando imagens de ressonância magnética e dados clínicos. Neste estudo mostramos a capacidade de deteção de EGFR, sugerindo que a melhor forma de abordar este problema é combinando características do nódulo com características de outras estruturas pulmonares através de dados clínicos (https://www.nature.com/articles/s41598-020-60202-3).
 
O apoio do COMPETE 2020 para financiamento do LUCAS, tem sido fundamental para o desenvolvimento científico nesta área, permitindo colocar a investigação feita em Portugal na área do cancro ao mais alto nível. 
 
 
2. Apoio do COMPETE 2020 
 
O projeto “LuCaS .: Rastreio do cancro do pulmão - uma metodologia não invasiva para o diagnóstico precoce” conta com o cofinanciamento do COMPETE 2020 no âmbito do SAICT - Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica, envolvendo um investimento elegível de 239 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de 203 mil euros.
 
 
3. Links
 

29/01/2021 , Por Cátia Silva Pinto
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