MitRisk: Plataforma para apoio à redução do risco sísmico

Falámos com José Miguel Castro, investigador responsável do projeto MitRisk, cofinanciado pelo COMPETE 2020 que visa desenvolver uma plataforma web para análise custo-benefício que possibilitará a elaboração de planos de reforço sísmico focados nas tipologias de edifícios mais vulneráveis, nomeadamente as anteriores a 1983. 
 
 
1. Enquadramento
 
Lisboa é a maior cidade universitária portuguesa, com mais de 140 mil estudantes e inúmeros centros de investigação que potenciam a criação de uma Cidade da Aprendizagem e da Investigação.
 
Aumentar a capacidade de atração e melhorar as condições de fixação e de segurança de estudantes e investigadores na cidade e afirmar Lisboa como um centro de conhecimento e de investigação passa não só por modernizar as condições das atuais infraestruturas do Ensino Superior, mas também por reabilitar o parque habitacional, maioritariamente constituído por edifícios antigos. Muitos destes edifícios foram construídos antes de 1983, ano de publicação da regulamentação sísmica atualmente em vigor em Portugal.
 
Como tal, é expectável que uma grande parte deste edificado necessite de intervenções ao nível do reforço sísmico. Contudo, e de forma a contribuir para uma gestão eficiente dos recursos financeiros disponíveis, este tipo de intervenções devem ser suportadas com base em análises custo-benefício. 
 
 
2. Síntese
 
 
O projeto de investigação MitRisk visa o desenvolvimento de uma plataforma web para análise custo-benefício que possibilitará a elaboração de planos de reforço sísmico focados nas tipologias de edifícios mais vulneráveis, nomeadamente as anteriores a 1983, que caracterizam o parque edificado Português.
 
De modo a alcançar este objectivo dever-se-á recorrer a um conjunto de modelos que integram o processo de avaliação do risco e perdas, nomeadamente de perigosidade sísmica, de exposição, de vulnerabilidade e de relação entre danos e perdas.
 
Espera-se com o presente trabalho que os mapas de rácios custo-benefício forneçam informação valiosa para os decisores políticos e privados na priorização das regiões a intervir, bem como na proposta de soluções de reforço otimizadas entre várias alternativas tecnicamente fiáveis. Estas soluções terão igualmente interesse para a comunidade de engenheiros civis.
 
Testemunho | José Miguel Castro, Investigador Responsável do Projeto MitRisk e Professor Associado da FEUP
José Miguel Castro - Investigador Responsável
do Projeto MitRisk
 
“Neste momento, o projeto encontra-se numa fase de desenvolvimento de técnicas de dimensionamento e modelação de diferentes soluções de reforço sísmico (locais e globais). Estão também em curso levantamentos dos custos associados a cada técnica de reforço. Estes são passos fundamentais para o desenvolvimento de modelos robustos de vulnerabilidade sísmica de edifícios sujeitos a reforço, permitindo assim a realização de análises custo-benefício para diferentes tipologias de edifícios existentes em Portugal, em função da sua localização no território.”
 
3. Apoio do COMPETE 2020 
 
O projeto MitRisk conta com o cofinanciamento do COMPETE 2020 no âmbito do SAICT - Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica, envolvendo um investimento elegível de 239 mil euros, o que resultou num incentivo FEDER de 186 mil euros.
 

08/11/2020 , Por Cátia Silva Pinto
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