O Porto tem mais uma razão para ser um destino único

“A abertura deste hotel é a concretização de um projeto com alguns anos pelo que a sua abertura é ver um sonho tornado realidade”. - Yasmin Bhudarally - CEO do grupo NEYA Hotels

Numa época em que a maioria dos negócios em Portugal atravessa uma grande crise, fruto da pandemia do COVID-19, o Neya Porto Hotel arriscou e apresenta agora mais uma oferta turística de quatro estrelas.

Inaugurado a 3 de agosto, o Neya Porto Hotel resulta da reabilitação de parte das ruínas do Convento da Madre de Deus de Monchique, um dos poucos edifícios de arquitectura manuelina existentes no Porto.

O Hotel abriu em regime de soft opening e dispõe do selo Safe Travels, do World Travel & Tourism Council, estando assim pronto para receber hóspedes, de todo o mundo, em total segurança e conforto.

A estratégia do Neya Porto Hotel foi tema da conversa com a CEO Yasmin Bhudarally, que destacou a confiança na mais recente aposta do grupo Neya, um hotel que resultou num investimento total de 18 milhões de euros, cofinanciado em cerca de 6 milhões através do COMPETE 2020, e que ambiciona trazer uma nova vida à zona ribeirinha da cidade do Porto.

Entrevista - Yasmin Bhudarally, CEO do grupo NEYA Hotels

 

Quais os fatores de diferenciação do vosso projeto?

O Grupo NEYA Hotels tem como principal fator de diferenciação o posicionamento na categoria de turismo sustentável, assim como o conceito de sustentabilidade nas vertentes ambiental, social e económica.

Toda a nossa atividade é pensada com respeito pelo ambiente e pela comunidade envolvente. Acreditamos que as nossas iniciativas têm uma influência positiva nos hóspedes e na comunidade local e consequentemente no mundo em que vivemos afetando as gerações futuras.

O NEYA Porto Hotel concretamente, nasceu da reabilitação de parte das ruínas do antigo Convento Madre Deus de Monchique, eternizado no romance “Amor de Perdição” de Camilo Castelo Branco. A recuperação do edifício teve em conta este aspeto e foi preservada a traça original, assim como os materiais de origem, tanto do tempo do convento como do tempo em que funcionou, no mesmo espaço, uma Fábrica de Pólvora.

Para além dos materiais utilizados na construção, as suites duplex - outra das grandes novidades deste hotel – estão decoradas com marcas de renome alusivas à indústria portuguesa como a Bordallo Pinheiro, os cafés Delta, a Corticeira Amorim, a porcelana Vista Alegre, a chocolateira Arcadia e a Castel bel que irão surpreender os nossos hospedes, que vão encontrar no NEYA Porto Hotel um refúgio mas também inovação.

 

 

Quais os grandes resultados deste investimento: qualitativos e quantitativos?

A abertura deste hotel é a concretização de um projeto com alguns anos pelo que a sua abertura é ver um sonho tornado realidade.

O investimento total no NEYA Porto Hotel rondou os 18 milhões de euros, sendo que, cerca de 6 milhões foram comparticipados pelo Fundo Europeu PT 2020, havendo também um grande investimento pessoal neste projeto. Todos os que connosco trabalharam como a Pk Arquitectos e o Colectivo ODD liderado pela Arq. Francisca Ramalho e Arq. Sergio Bernardo assim como a ATPI Lda, Almodovar Design, entre outros fornecedores, dedicaram um carinho muito especial ao projeto, o que o torna único.

 

 

Que conselhos daria para quem acredita que o turismo é um produto compósito, como vocês, e que são experiências que temos que oferecer?

O turismo é muito mais que uma atividade económica, é um bem social que contribui para fazer as pessoas mais felizes.

Atualmente, e principalmente devido aos tempos que vivemos, ter um produto diferenciado tornou-se ainda mais importante, que segundo o nosso ponto de vista para se ultrapassar esta fase temos de apostar num serviço personalizado. Um hóspede já não pretende ficar num hotel apenas para passar a noite, mas viver uma experiência e aqui poderá desfrutar dos jardins, da vista deslumbrante sobre o Douro e “sentir” as memórias do passado conventual.

   

 

Qual o valor acrescentado do projeto para a região e para posicionar Portugal como um destino de excelência?

Cremos que este projeto vai trazer ainda mais esplendor à cidade do Porto e à zona ribeirinha onde se insere, sendo o hotel do Porto com a maior frente rio.

 A sua decoração alusiva à época industrial também enaltece não só a história da cidade, mas também evidencia marcas portuguesas de renome que se mantém até hoje. Isto em tempos em que se privilegia o que é português, tanto cá dentro como lá fora, são detalhes que estão a chamar a atenção dos hospedes.

 

Para além disso, a cidade do Porto é conhecida por saber receber bem os seus hóspedes e ser uma cidade de gente hospitaleira. Esse será outro dos pontos fortes do nosso hotel, o bem receber e a hospitalidade intrínsecas ao Grupo NEYA Hotels.

 

Quais os maiores desafios do novo contexto e como estão preparados para garantir toda a experiência do vosso espaço com segurança?

Os desafios são constantes e as aprendizagens globais, mas o fundamental é garantir a segurança de todos, seja dos nossos hóspedes ou dos nossos colaboradores.

 Esta imposição de adiamento da abertura, que estava prevista para abril, deu-nos tempo para rever procedimentos e implementar todas as medidas de segurança e higiene recomendadas pela Direção Geral de Saúde.

Vamos ter todos os quartos aptos para receber os hóspedes e vamos utilizá-los de forma a fazer a desinfeção completa e respeitar o período de “descanso” do quarto após o check-out dos clientes.

Vamos ainda incentivar os nossos hóspedes a tomar o pequeno-almoço no quarto, ou, se preferirem tomar o pequeno-almoço no restaurante, poderão marcar hora e escolher previamente o que pretendem para evitar aglomerados.

O Restaurante Viva Porto também estará aberto ao público (e não apenas para hóspedes), assim como o Último – o nosso bar situado no piso superior - em que tudo foi organizado segundo as regras da DGS.

   

Por tudo isto, estamos confiantes que correrá tudo pelo melhor, até porque reabrimos a nossa unidade de Lisboa em junho, o NEYA Lisboa Hotel, e tem corrido tudo com normalidade, os hóspedes têm colaborado respeitando todas as regras e procuram manter-se informados sobre os nossos procedimentos.

 O Apoio do COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação, envolvendo um investimento elegível de 11 milhões euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 6,6 milhões de euros.

08/08/2020 , Por Pedro Neves