NanoStim - Nanomaterias para estimulação integrada em vestuário

Leia a entrevista de Alfredo Silva, responsável do projeto NanoStim, que nos falou das motivações e do que faz este um projeto diferente, bem como dos resutlados esperados.

Resumo do Projeto

O Projeto NanoStim visa o desenvolvimento de um sistema de (nano)sensores secos e flexíveis de alto desempenho baseados em filmes finos com (nano)estruturas customizadas. Integrado numa peça de vestuário, o sistema de (nano)sensores será usado na reabilitação de lesões musculares avançadas e/ou ausência de mobilidade, sobretudo em idosos, comprometendo-se com a Estratégia e Plano de Ação Global para o Envelhecimento Saudável da Organização Mundial de Saúde e com os valores e objetivos fundamentais da União Europeia (UE).

Este sistema, controlado remotamente por profissionais de saúde, representa a possibilidade de aliar diagnóstico, terapia e reabilitação num dispositivo médico único, verdadeiramente centrado no paciente, para ser usado em qualquer lugar libertando os centros de saúde e aumentando o grau de liberdade e conforto do paciente.


A Entrevista

 

Entrevistamos Alfredo Silva, responsável do projeto NanoStim que nos falou das motivações e do elemento diferenciador do projeto bem como dos resultados esperados:

Como nasceu o projeto NanoStim?Quais foram as principais motivações?

As deficiências motoras são uma das doenças mais graves que afetam os idosos, pois um idoso com uma capacidade reduzida de locomoção precisa do apoio de outros, o que resulta em grandes custos monetários e sociais. Este problema é particularmente agudo em Portugal, onde o envelhecimento da população ameaça a longo prazo aumentar o fardo sobre o sistema de saúde nacional para níveis insustentáveis. O Projeto NanoStim visa responder a este problema através do desenvolvimento de uma solução tecnológica que permite aos pacientes de dificuldades motoras efetuar na sua própria casa, e sem a necessidade da presença de profissionais médicos, tratamentos de electroestimulação para mitigar os efeitos daquela doença. O NanoStim representa a possibilidade de levar a terapia para casa e diminuir os encargos sociais e económicos, para além de ter potencialmente aplicações noutros campos (por exemplo no treino funcional de atletas de alto rendimento).

O que considera ser o elemento diferenciador no projeto NanoStim?

O tratamento de deficiências motoras via electroestimulação tradicional requer a deslocação a uma clinica, e a aplicação de elétrodos húmidos na pele, com todos os custos associados a este processo. O NanoStim utiliza nanomaterias para desenvolver (nano)sensores secos e flexíveis de alto desempenho baseados em filmes finos com (nano)estruturas customizadas, que são mais baratos e de mais fácil aplicação que os sensores húmidos. Esta flexibilidade por sua vez permite que o próprio paciente, com treino mínimo, os aplique na pele sem a necessidade da presença de um profissional médico, algo que não é correntemente possível com os sistemas existentes. Para além disto os sensores serão capazes de recolher dados sobre o estado muscular do paciente e envia-los via a Internet para análise. Esta análise será efetuada por um sistema de Inteligência Artificial, sob o controlo de profissionais de saúde, que será capaz de interpretar os dados e daí gerar um conjunto de exercícios adaptados às necessidades especificas do paciente.

Este sistema, controlado remotamente por profissionais de saúde, representa a possibilidade de aliar diagnóstico, terapia e reabilitação num dispositivo médico único, centrado no paciente, para ser usado em qualquer lugar libertando os centros de saúde e aumentando o grau de liberdade e conforto do paciente. A capacidade de moldar propriedades tão importantes como a condutividade elétrica ou a tenacidade mecânica numa escala nano, dez milhões de vezes inferior ao tamanho real dos sensores, associada à criação artificial de uma espinal medula por Inteligência Artificial garante uma terapia de análise completa com a adição de correção em tempo real representando uma evolução singular no tratamento de doenças neurológicas e esquelético musculares.

Quais os resultados concretos esperados no âmbito do projeto?

O projeto NanoStim espera desenvolver 1) (nano)sensores capazes de serem usados na reabilitação de lesões musculares, 2) um vestuário com os sensores embutidos capaz de aplicar tratamento de electroestimulação a músculos nas pernas, 3) um sistema de recolha e seu envio via Internet de dados sobre o estado do paciente, e 4) um sistema de Inteligência Artificial capaz de interpretar os dados e criar um conjunto de tratamentos adaptados às necessidades especificas de cada paciente. Todo este sistema no seu conjunto representa uma solução integrada a ser introduzida no mercado após o término do projeto, sendo pois um serviço comercial que utiliza este sistema um outro resultado a mais longo prazo do projeto NanoStim.

 

 

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Copromoção, Parcerias Internacionais, envolvendo um investimento elegível de 1,3 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 886 mil euros.


Links

Universidade do Minho

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Nelson Azevedo

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01/09/2020 , Por Miguel Freitas
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