Entrevista a Modesto Araujo, Presidente da VIZELPAS, entidade promotora líder do projeto Better Plastics

Sintese do projeto Better Plastics

 O projeto Better Plastics visa desenvolver os meios tecnológicos e científicos necessários para promover uma diminuição da produção e do consumo de produtos plásticos descartáveis, uma produção mais sustentável (produtos biodegradáveis e recicláveis), aumentar o potencial de reciclagem e desenvolver alternativas aos produtos oxo-degradáveis.

O projeto pretende mobilizar o setor privado, juntamente com as autoridades nacionais, as universidades e os cidadãos. Através de esforços concertados, este projeto pretende transformar os desafios em oportunidades e dar o exemplo para uma ação decisiva a nível setorial em Portugal.

A Entrevista

Entrevistamos Modesto Araujo, Presidente da VIZELPAS, entidade promotora líder do projeto Better Plastics que nos falou deste projeto cofinanciado pelo COMPETE 2020.

Como nasceu o projeto Better Plastics? Quais foram as principais motivações? 

Num mundo que enfrenta desafios globais como o crescimento da população, a segurança alimentar e as mudanças climáticas, torna-se necessário que as sociedades escolham soluções mais eficientes para garantir um desenvolvimento sustentável, e alavancar a transição de uma economia linear para uma economia circular, onde os plásticos, atendendo às suas propriedades e características únicas, serão capazes de dar um grande contributo para esta transformação societal.

Considerando o consumo elevado de plásticos e à perspetiva da sua duplicação nos próximos 20 anos, decorrente do aumento da população em 26% até 2050, e ao surgimento de novos vírus e bactérias, torna-se necessário promover iniciativas que permitam desenvolver materiais e produtos plásticos mais sustentáveis, contribuindo desse modo para a neutralidade carbónica do nosso planeta.

Assim surgiu o projeto Better Plastics, uma iniciativa da APIP – Associação Portuguesa da Indústria dos Plásticos, o qual permitiu mobilizar o sector privado juntamente com as autoridades nacionais, as universidades e os cidadãos, contribuindo desse modo, para atingir os objetivos europeus em matéria de Economia Circular, redução das emissões de gases com efeito estufa, maior eficiência de recursos e criação de emprego.

O que considera ser o elemento diferenciador do projeto Better Plastics? 

Um dos elementos diferenciadores prende-se com o facto de o projeto ser um verdadeiro ecossistema de empresas dos diferentes subsetores da cadeia de valor dos plásticos, entidades públicas e privadas, assim como associações, universidades e centros de investigação, que representam de forma efetiva todo o setor dos plásticos em Portugal, e estou certo que com a complementaridade das diferentes competências, estamos a ser capazes de alavancar conhecimento que contribua para o desenvolvimento de produtos plásticos e soluções mais sustentáveis para as pessoas e para o nosso planeta.

O Better Plastics, assume-se como o projeto mobilizador do Setor dos Plásticos em Portugal, uma iniciativa á data única a nível Europeu, que será capaz de alavancar a transição do setor para uma economia mais circular e neutra em carbono.

Quais são os principais desafios com que se estão a deparar no desenvolvimento do projeto?

Os principais desafios inerentes ao desenvolvimento do projeto foram verificados com o período pandémico que foi vivido e mais recentemente com a guerra na Ucrânia, os quais criaram muitas dificuldades e atrasos na aquisição de matérias-primas e componentes essenciais para o desenvolvimento do projeto.   

Quais os resultados concretos alcançados no âmbito do projeto até ao momento? Quais os PPS já concluídos? 

Ao dia de hoje já se encontram desenvolvidos vários materiais sustentáveis, quer sejam reciclados e biocompostáveis, que se encontram a ser testados na produção protótipo de produtos. De salientar que à data e tal como previsto em projeto ainda não foi finalizado nenhum PPS.

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto, promovido pela Vizelpas Flexible Films, S.A em consórcio com 24 entidades privadas e públicas, conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico (Programas Mobilizadores), envolvendo um investimento elegível de 6,3 milhões de euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 3,8 milhões de euros.