Liderado pela MOG Technologies, o projeto CHIC concentrou esforços no desenvolvimento de produtos, serviços e sistemas baseados em plataformas abertas e interoperáveis. O objetivo? Criar um arquivo nacional no setor dos media e entretenimento, promovendo avanços significativos na preservação e acessibilidade do património audiovisual. Leia a entrevista a Alexandre Ulisses, Chief Innovation Officer da MOG Technologies que partilha insights sobre os resultados alcançados.

 

 

 

 

 

O projeto CHIC, liderado pela MOG Technologies e cofinanciado pelo COMPETE 2020, alcançou avanços notáveis no setor dos media e entretenimento. 

Desenvolvendo produtos, serviços e sistemas baseados em plataformas abertas e interoperáveis, este projeto criou um arquivo nacional, impulsionando a preservação e acessibilidade do património audiovisual. Com um investimento superior a 9,5 milhões de euros e a colaboração de 24 instituições, o projeto fortaleceu a fileira empresarial nacional, expandindo a presença em 77 mercados internacionais. 

Valorizou-se o fomento da criação de conteúdos nacionais, promovendo a colaboração entre as indústrias criativas e as TICE. 

 

 

 

 

 

O sector dos media e entretenimento em Portugal é um setor bastante desafiante no que diz respeito à introdução de inovações tecnológicas que sejam disruptivas para a optimização dos seus processos e criação de mais valor nos seus produtos. Este é um sector que tem vindo a ser reconhecido internacionalmente com diferentes prémios e distinções diretamente relacionados com a criatividade dos produtos finais. No entanto, as empresas de produção de conteúdos nacionais, sejam elas produtoras, jornais, rádios ou televisões são tipicamente organizações com bastantes fragilidades económicas o que dificulta a adopção e incorporação de tecnologias provenientes das empresas da área das tecnologias de informação e comunicação. No âmbito do projeto, foi, portanto, necessário criar as pontes entre as empresas de media, as empresas tecnológicas e os centros de investigação de forma a definir uma agenda de inovação comum com o desenvolvimento de produtos e serviços que ultrapassassem o que era oferecido pelo mercado e que simultaneamente pudessem ser absorvidos facilmente pelas empresas de media de uma forma sustentável. 

 

 

 

Os objetivos para o projeto foram atingidos com sucesso. Foi desenvolvida uma cadeia de valor entre os fornecedores de tecnologia e os utilizadores finais da mesma (empresas de media) dando origem a um efeito mobilizador no sector. Apesar do consórcio ser bastante heterogéneo na sua composição tanto a nível geográfico, a nível da dimensão das organizações envolvidas e da natureza das mesmas foi possível desenvolver produtos e serviços que endereçam as necessidades do sector e que incorporam tecnologias tão diversas como a realidade estendida (XR), a inteligência artificial, o processamento de linguagem natural ou o processamento de conteúdos em ambiente cloud. Estes desenvolvimentos permitirão aumentar a competitividade do sector nos mercados internacionais e potenciá-lo como um dos sectores de referência nacionais.

 

 

A título de exemplo, refira-se o contributo que o projeto deu para a digitalização do Plano Nacional de Cinema. Hoje em dia, graças aos desenvolvimentos do projeto CHIC, temos cerca de 600 escolas nacionais a ver filmes de referência em ambiente escolar. Estas escolas já fizeram a projeção de filmes para cerca de 160.000 alunos em mais de 6.000 sessões de cinema. Numa altura em que a desinformação e a iliteracia mediática estão na ordem do dia, o CHIC está a contribuir de uma forma impactante para o aumento da literacia mediática dos jovens portugueses e para o aumento do público de cinema em Portugal. Neste contexto, há filmes que já tiveram mais espectadores nas sessões escolares do que aquando da sua exibição em sala de cinema, o que demonstra que obras significativas do cinema português “renasceram” e estão a ter agora a devida atenção graças ao projeto.