CoopRibatejo

Apoio

Submetido pela NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, o projeto contou com o apoio do COMPETE – Programa Operacional Factores de Competitividade, no âmbito do SIAC (Sistema de Apoio a Ações Coletivas) envolvendo um investimento elegível de 566 mil euros o que correspondeu a um incentivo FEDER de 418 mil euros.

 

Enquadramento

As regiões do MÉDIO E LEZIRIA DO TEJO integram um conjunto de empresas com maior grande dinâmica empresarial. Embora sejam concelhos dinâmicos, todos eles padecem de um problema transversal: falta de compromisso e consenso por parte dos empresários, para a realização de cooperações empresariais. Na base deste problema está uma cultura empresarial muito baseada na ausência da partilha de informação e a manutenção do sigilo como “alma do negócio”. Estas regiões possuem também um tecido empresarial difuso e composto por empresas de reduzida dimensão, com algumas limitações ao nível dos recursos físicos e humanos. Consciente desta realidade, a NERSANT, através deste projeto tenta incutir a mudança de atitude, sensibilizando empresários/as para as vantagens da sua participação em processos de cooperação empresarial na Região.

Também, nas últimas três décadas, o investimento no setor do imobiliário esteve focado na construção de novos edifícios. Neste período desapareceu o mercado de arrendamento para habitação, dando lugar ao novo mercado da habitação própria. A progressiva redução da oferta do mercado de arrendamento deu origem a um crescimento exponencial do número de fogos devolutos. Resultou daqui um fenómeno de degradação urbana, de abandono das cidades, de desaparecimento da habitação nas mesmas, deixando apenas o setor terceário presente, concedendo aos centros urbanos um verdadeiro problema social. Contudo, esta tendência de êxodo dos centros das cidades, deslocando a habitação para a sua periferia, tende a ser contrariada. Estamos assim, perante um novo paradigma em termos de necessidade habitacional: urgente reabilitação das cidades, de requalificação dos centros urbanos e de recuperação dos edifícios degradados.

Neste sentido, a NERSANT defende que esta será uma oportunidade estratégica para as empresas da fileira da construção, e não só, para acederem a novas oportunidades de negócio, da mesma forma que por inerência conseguiremos uma requalificação das cidades.

 

Objetivos

Este projeto insere-se no domínio das Redes e Cooperação Empresarial, na promoção da transmissão empresarial e das parcerias estratégicas para ganhar dimensão, bem como, na aposta na cooperação empresarial para resposta aos problemas da regeneração urbana, reconhecendo esta estratégia como uma oportunidade de desenvolvimento económico.

Deste modo, encontramo-nos a implementar duas atividades nas seguintes áreas:

- Transdimensão – Promoção da transmissão empresarial e das parcerias estratégicas para ganhar dimensão;

- RegeneraPolis – Uma oportunidade de desenvolvimento económico.

Com os seguintes objetivos estratégicos:

- Aumento da competitividade das empresas das Regiões por via de uma maior utilização dos fatores dinâmicos de competitividade (nomeadamente redes de cooperação), isto é, criar dinâmicas empresariais em torno do espírito da cooperação;

- Fomentar a cooperação interempresarial na Região através da promoção de processos de fusão e concentração, com vista a incrementar o número de fusões e aquisições das empresas, tornando a transmissão de negócios como uma atitude natural e inteligente, isto é, revitalizar a atividade económica;

- Mobilizar as empresas da fileira da construção civil, para criação de resposta conjunta e integrada a obras de requalificação urbana, contribuindo para a sua sobrevivência;

- Fomentar a partilha de infraestruturas/ instrumentos nas empresas de modo a dinamizar parcerias estratégicas que vise uma otimização de recursos.

Estes objetivos estratégicos encontram-se corporizados nos seguintes objetivos operacionais:

-No âmbito da cooperação, a necessidade de se sensibilizar as empresas, para uma maior cooperação entre as mesmas, criando estratégias de complementaridade e de criação de uma estrutura agregadora da oferta para criar escala. Este objetivo específico irá incidir sobretudo para as empresas ligadas ao processo de Regeneração Urbana (RU).

- No âmbito das concentrações de empresas, visa-se sensibilizar, informar e formar o tecido empresarial, no sentido de preparar a fusão/ transmissão das empresas em tempo devido e com a estratégia que melhor defenda os seus interesses.

- Compilação de informação e divulgação sobre concursos a obras de construção civil nacionais e internacionais, em particular na área da RU.

- Levantamento e identificação da capacidade instalada a nível industrial das empresas da região que não esteja a ser utilizada.

 

Atividades TransDimensão - Promoção da transmissão empresarial para ganhar dimensão

Esta atividade tem como objetivos promover uma alteração de cultura com vista a incrementar o número de fusões e concentrações de empresas, bem como, promover o espírito de cooperação interempresarial, tornando a transmissão de negócios e a cooperação, como atitude natural e inteligente.

Para isso, é necessário sensibilizar, informar e formar o tecido empresarial no sentido de preparar a cooperação e a fusão/transmissão das suas empresas em tempo devido e com a estratégia que melhor defenda, em simultâneo, os seus interesses e os da empresa. Por outro lado, serão também dinamizados os aspetos cruciais do lado de potenciais adquirentes, estando em causa um modelo alternativo de crescimento e expansão dos negócios. A questão do fomento da utilização de novos mecanismos, como o capital de risco, para o financiamento deste tipo de operações aparecerá intimamente ligada a este processo.

Também, nesta atividade pretende-se fomentar a intervenção de consultores especializados em processos de transmissão, que apoiem as empresas a conduzirem os seus processos de fusão ou concentração sem colocarem em risco a viabilidade da empresa e garantindo a confidencialidade de todo o processo.

Por outro lado, e como foi referido, esta componente contempla a criação de duas novas redes de cooperação. As redes a criar estarão abertas à adesão de qualquer empresa dos respetivos setores. Após as sessões de sensibilização serão efetuadas ações de follow-up/acompanhamento dando seguimento e eventuais manifestações de interesse, prevendo-se a realização de reuniões individuais ou de grupo com os potenciais interessados em participar nas redes de cooperação a desenvolver. Ainda no âmbito desta fase, e na sequência dos resultados das ações acima descritas serão formalizadas as manifestações de interesse na participação nas duas redes de cooperação. Por fim, serão implementadas ações conducentes à implementação de duas redes e cooperação interempresarial na Região, envolvendo as empresas aderentes. Assim, serão promovidas sessões de trabalho entre as empresas aderentes com o objetivo de, para cada uma das redes a criar, definir o modelo de cooperação e funcionamento.

Por último e ainda no âmbito desta atividade será também objeto de análise o levantamento dos diversos recursos/serviços subaproveitados a nível industrial, isto é, que não estejam a ser utilizados na sua totalidade, uma vez que a associação entende que a rentabilização dos mesmos, no contexto económico atual, é fundamental. Pretende-se assim dinamizar parcerias estratégicas entre empresas com necessidade de subcontratação, permitindo aumentar a produção sem realização de novos investimentos.  

RegeneraPolis – Uma oportunidade de desenvolvimento económico

Esta é uma atividade que visa criar dinâmicas empresariais em torno do espírito da cooperação, nomeadamente em torno de parcerias que possam ser estabelecidas para a dinamização dos centros das cidades. Não significa que se trate de uma ação isolada de cooperação empresarial que vise a recuperação de edifícios de forma descoordenada e sem uma política integrada, mas sim, uma oportunidade de investimento pluridisciplinar, envolvendo variadíssimos agentes e valências- social, física, ambiental e económica.

Em suma, este projeto será uma oportunidade para criação de emprego na Região, gerando negócios, rentabilizando meios e infraestruturas já existentes que se encontram subaproveitados, no fundo viabilizando investimentos. Há que estabelecer uma rede colaborativa, capaz de desenvolver uma especialização no domínio da RU e funcionar como estrutura agregadora da oferta para criar escala e promover a sua internacionalização, bem como recetora de solicitações de procura no domínio da RU, nacionais e internacionais.

Assim, pretende-se com esta componente:

- Revitalizar a atividade económica transversalmente através de projetos estratégicos de regeneração urbana;

- Promover a integração no mercado de edifícios devolutos e degradados;

- Promover a dinamização do mercado de arrendamento e de novos instrumentos alternativos às tradicionais opções de financiamento;

- Promover a organização da oferta e a criação de emprego com um elevado nível de especialização e a internacionalização das empresas da Região em causa;

- Melhorar a qualidade urbanística das cidades, apoiar o desenvolvimento do comércio de proximidade como forma de escoamento dos seus produtos endógenos da Região, no fundo, melhorar a qualidade de vida das populações neste território de baixa densidade.

- Sensibilizar as empresas para o espírito de cooperação, para promoção de um Cluster, na área da RU;

- Divulgação da problemática da RU e das oportunidades dela emergentes;

- Contribuir para a adoção de uma nova política de arrendamento urbano; para a revitalização dos centros das cidades, da atividade turística e do comércio local como forma de combate ao desemprego.

 

Ponto de Situação e Resultados Obtidos

O projeto iniciou a sua implementação em Setembro de 2013 encontrando-se neste momento em pleno desenvolvimento. Não obstante existe já um conjunto relevante de resultados atingidos.

Assim, das ações previstas realizar, no âmbito da atividade TransDimensão - Promoção da transmissão empresarial para ganhar dimensão, foi produzido um relatório baseado num estudo de benchmarking de casos de sucesso de concentrações e cooperação, onde podemos analisar as metodologias seguidas em cada uma das operações, suas motivações, sinergias, estratégias inerentes, o seu planeamento e quais os mecanismos de apoio disponíveis. Ainda neste âmbito, da análise e triagem das empresas que mostraram interesse acerca desta temática podemos aferir 68 empresas identificadas a identificadas, 36 apoiadas e 5 processos selecionados para apoio. Em suma, os casos selecionados e em curso encontram-se em acompanhamento de consultoria especializada. Não obstante do trabalho estreito a desenvolver com as empresas já identificadas, a NERSANT encontra-se no terreno a promover as reuniões com todos os interessados.

Na presente atividade, através das newsletters produzidas, sessões de sensibilização e das reuniões realizadas diretamente com as empresas, deu-se início à Rede de Cooperação direcionada para o setor da metalomecânica, para abordagem ao mercado marroquino, criada numa lógica de especialização e de angariação efetiva de economias de escala. Por outro lado, está a ser desenvolvida outra rede, a Rede Multissetorial, seguindo a estratégia de geração de sinergias em novos mercados, potenciando a partilha de recursos, de contactos e de investimentos entre empresas. Os mercados selecionados foram os seguintes: PALOP, USA, Magreb, América Latina e o Europeu.

Por último, foi criada a Bolsa de Subcontratação/ Excedentes, bolsa esta que conta já com a adesão de 45 empresas, podendo estas posicionar-se quer do lado da procura, quer do lado da oferta de serviços. Este instrumento foi criado mas será dinâmico, uma vez que se trata de um contínuo trabalho de diagnóstico, baseado num levantamento ao nível da capacidade industrial instalada ou deficitária, tendo a NERSANT também disponibilizado para o efeito o portal http://coopribatejo.nersant.pt.

Ainda na continuidade deste trabalho, a associação continua a reunir os elementos necessários para o estabelecimento de matching entre as empresas com encomendas que tenham necessidade de subcontratação, e para a efetivação de parcerias estratégicas, criando valor acrescentado para as empresas, numa perspetiva win-win. Até ao momento, foram estabelecidos 5 matchings entre empresas.

Por outro lado, das ações previstas realizar, no âmbito da atividade RegeneraPolis – Uma oportunidade de desenvolvimento económico, foi produzido um relatório, baseado num estudo de benchmarking nacional e internacional de boas práticas, e diagnóstico de casos de sucesso, em matéria de RU. Foram tidos como casos nacionais, a Expo 98, os Polis e a ação das Sociedades de Reabilitação Urbana. Em termos internacionais estiveram em análise alguns casos italianos, espanhóis, franceses e ingleses.

Foi também produzido um documento base para a constituição e de dinamização do Cluster para a Regeneração Urbana. Nele podemos aferir: Oportunidades da RU, Ambição, Valor acrescentado do cluster, Posicionamento estratégico, Estruturação, Intervenientes, Plano de Ação, Mecanismos de Financiamento e Constituição do Cluster – Primeiros Passos. Após a produção deste documento deu-se início ao processo de integração das empresas e entidades no Cluster para a Regeneração Urbana, com sessões de sensibilização/reuniões com as mesmas. Durante o primeiro semestre de 2015 será dada continuidade à identificação das empresas interessadas em integrar esta rede/cluster e tomada a decisão final sobre a sua estruturação e posicionamento, assim como sobre a sua eventual formalização ou manutenção como rede informal.

Encontra-se a ser ultimado o Manual de Síntese de Práticas e Processos, que irá permitir identificar e caracterizar as técnicas, tecnologias e práticas inovadoras, aplicadas na reabilitação urbana. Neste ponto encontra-se também o levantamento de instrumentos e regimes de incentivo, apoio e financiamento, tendo sido ao momento identificados dois mecanismos: Fundo Jessica II e o Programa URBACT III 2014-2020.

Com o fim de criar um Fundo de Ativos para Financiamento da RU estão a ser analisados diversos veículos de financiamento, as suas características e fiscalidades específicas. Estes veículos por serem de natureza diversa terão de ser ajustados às necessidades, ao tipo de procura de imóveis reabilitados e à natureza dos participantes nesses veículos. Brevemente, serão apresentados os casos- piloto e suas modalidades de financiamento.

Por último, e reportando ainda a esta atividade, a NERSANT encontra-se a divulgar semanalmente, uma newsletter à comunidade empresarial do Ribatejo, um conjunto de oportunidades de negócio sobre obras de construção nacionais e internacionais, na área da RU. Por sua vez, estas oportunidades estão também disponibilizadas através do novo instrumento gerado: o portal http://regenerapolis.nersant.pt.

Fazendo um balanço do projeto CoopRibatejo, os indicadores que temos permitem-nos estar bastante entusiasmados e confiantes de que, não só alcançaremos as metas a que nos propusemos como as poderemos ultrapassar e que as ações definidas irão contribuir efetivamente para atingir os objetivos quer operacionais quer estratégicos que neste projeto se definiram com vista ao desenvolvimento e maior competitividade da Região do Ribatejo.

 

Testemunho

Um projeto com esta amplitude e este grau de ambição ao nível dos resultados e do impacte sobre o tecido empresarial da Região, só seria possível de implementar com o importante apoio do COMPETE.- António Manuel de Campos, Presidente da Comissão Executiva.

21/07/2015 , Por Célia Pinto
COMPETE
União Europeia