Ciência e inovação | Um caminho para a competitividade

A economia nacional tem assistido ao aparecimento de sectores muito inovadores, que se têm lançado na internacionalização e que têm obtido excelentes resultados em termos de exportações. São geralmente sectores de alto valor acrescentado, com uma grande aposta ao nível da tecnologia e que investem fortemente em investigação e desenvolvimento.

A inovação consiste na introdução de novas soluções e produtos num determinado mercado, surpreendendo pela novidade. As aplicações e tecnologias inovadoras são uma forte aposta do sector da saúde, permitindo tratamentos e diagnósticos mais eficazes, bem como melhores condições de vida para a população. As empresas portuguesas já são reconhecidas a nível mundial pelas soluções que disponibilizam, o que demonstra o crescimento deste sector em Portugal.

Mas antes destas novas soluções e produtos chegarem ao mercado é fundamental apoiar o imperioso trabalho de investigação.

O COMPETE 2020 tem na sua estrutura instrumentos que visam contribuir para o reforço das capacidades de investigação e inovação e promove todas as fases da cadeia de I&I (da I&D a valorização do conhecimento). Privilegia uma lógica de interação entre todos os atores deste sistema, com especial enfoque entre as entidades de investigação e divulgação de conhecimentos (composto pelas universidades, laboratórios do Estado, centros de I&D públicos e entidades de interface, como sejam os Centros Tecnológicos, ou seja, entidades não empresariais do Sistema de I&I) e as empresas (enquanto entidades centrais da componente inovação).

Dados reportados a 31 de maio de 2018, mostram que já foram aprovados 1112 projetos de investigação, correspondendo a 332 milhões de euros de incentivo comunitário. (Ponto de Situação ​​N.º 35 de 6 de junho 2018).

Ciência e inovação são dois pilares fundamentais para a competitividade nacional. E a aproximação que tem ocorrido entre os Centros de Saber e as empresas é prova de que ambos percebem as sinergias que podem acontecer e desta forma responder a questões cruciais para a Europa inclusiva e com um crescimento sustentável.

A inovação depende de Investigação &Desenvolvimento, que envolve por parte das empresas uma aposta financeira relevante, por isso o trabalho próximo dos centros de saber e  a valorização da transferência de conhecimento e tecnologia tem de ser feita com foco bem definido e perspectivas concretas de utilização. A inovação tem que satisfazer necessidades emergentes, e é essencial saber em que setores da agricultura, da indústria e dos serviços estão essas necessidades.

Este aumento do apoio ao trabalho de investigação traduz-se não só num aumento do incentivo mas num esforço de contratação de mais doutorados para o processo de investigação e sobretudo na garantia de divulgação de resultados e de disseminação de conhecimentos, e quando aplicável, uma estratégia de transferência de conhecimento.

Na semana em que se realizou em Lisboa a maior e mais importante reunião de cientistas, investigadores e cidadãos,  para que todos percebamos que na ciência tudo é feito para melhorar a nossas vidas e o nosso bem-estar, vamos mostra-lhe projetos apoiados pelo COMPETE2020 e que mostram o quão é relevante para um crescimento inclusivo e sustentável apostar na produção de conhecimento, com foco na investigação no sector da Saúde, um dos sectores que se tem vindo a destacar pelo crescimento significativo e pela posição de destaque no conjunto das exportações nacionais.

A investigação e a inovação são apostas fundamentais num sector que se quer afirmar internacionalmente. Assim, empresas, institutos de investigação e entidades públicas e privadas contribuem fortemente para tornar o sector da Saúde em Portugal mais competitivo e reconhecido internacionalmente.

A investigação para a saúde é uma componente essencial para a melhoria da saúde e bem-estar das populações e tem como fim último atingir o mais alto nível de saúde ao alcance de todos. Por outro lado, o sector da saúde contribui significativamente para o desenvolvimento económico, dado o seu potencial para a criação de emprego qualificado, sendo um sector estratégico da economia nacional e europeia. Acresce que as empresas do sector da Saúde são dinâmicas, empreendedoras e capazes de aproveitar as oportunidades criadas pela procura global de cuidados de saúde e têm registado em Portugal um aumento sustentado da sua actividade exportadora.

A ilustrar esta importância do sector da saúde na economia portuguesa está o seu crescente reconhecimento internacional, através da concessão de prémios e de bolsas para investigação, o que também é fruto de uma contínua produção de artigos científicos e de avanços na investigação e de uma política muito bem definida de participação em concursos internacionais e em parcerias com outras instituições internacionais.

 

  • A Universidade do Minho desenvolve dois novos e inteligentes dispositivos médicos

Um projeto de investigação promovido pela Unidade de Investigação em Microssistemas Eletromecânicos da Escola de Engenharia da Universidade do Minho (vai desenvolver dois dispositivos médicos : uma sonda neural multifuncional (invasiva/não invasiva, óptica e térmica) e uma prótese de anca inteligente. Dispositivos que oferecem novas funcionalidades inteligentes de diagnóstico e de terapia.

  • nanoHepBTher: Vacina Terapêutica para a Hepatite B crónica

Equipa de investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra trabalha no desenvolvimento de uma vacina para os doentes crónicos com hepatite B. O medicamento a desenvolver terá uma ação farmacológica que resultará na eliminação do vírus da HB (VHB) das células do fígado e constituirá assim uma medida preventiva do hepatocarcinoma.

 

  • 2BBone: Investigação portuguesa sobre o cancro ósseo

O projeto 2BBone vai desenvolver substitutos ósseos com porosidade controlada por manufaturação aditiva, na presença de várias biomoléculas, de forma a obter num só componente múltiplas funcionalidades:regeneração óssea,capacidade hipertérmica para destruir células cancerígenas localizadas e tratamentos de infeções locais após cirurgias ósseas. A possibilidade de fabricar substitutos ósseos à base de fosfatos de cálcio eliminando o processo de sinterização, permite a adição de moléculas que mantêm a sua bioatividade durante a preparação da pasta para a impressão 3D, viabilizando o processo de bio-impressão 3D, reduzindo o tempo de processamento e os custos de fabrico. 

 

  • Help2care: O projeto que visa apoiar no autocuidado de utentes e cuidadores

Interdisciplinar, colaborativo, multiregional e de investigação baseada na prática, este projeto visa criar um modelo de capacitação dos cuidadores e da pessoa dependente para o autocuidado e capacitar os profissionais de saúde para a sua utilização. Irá incluir um manual para o cuidador (papel, áudio e formato digital) com texto e imagens acessíveis, um website, uma app e um guião para ser utilizado pelos profissionais de saúde

 

 

 

05/07/2018 , Por Paula Ascenção