A nova casa portuguesa é inovadora com certeza

Numa semana em que o melhor do design nacional, na área de interiores, arquitectura, decoração e mobiliário, inspira Londres em espaços de exposição e mostras colectivas - numa aposta do COMPETE 2020 na promoção destes setores - vamos apresentar-lhe alguns dos projetos que as empresas portuguesas estão a realizar para se posicionarem como empresas de excelência.

Porque na nova casa portuguesa continua a existir fartura de carinho mas acompanhado de forte incorporação de inovação e design, bem como com elevada qualidade e acabamento.

Não obstante não existir um consenso em relação à estrutura da denominada “Fileira Casa”, ela é usualmente conotada com cinco grandes grupos de produtos: têxteis-lar, cerâmica e cristalaria decorativa e utilitária, artigos metálicos de uso doméstico, produtos de iluminação e mobiliário e colchoaria.

Com uma ligação forte a um núcleo importante de sectores ditos tradicionais, relativamente intensivos em trabalho e em recursos naturais, a “Fileira Casa” tem vindo a sofrer uma alteração profunda ao longo das últimas duas décadas na forma como se posiciona nos mercados e nos fatores que suportam a sua competitividade, apostando cada vez mais no desenvolvimento de produtos com forte incorporação de inovação e design, bem como com elevada qualidadee acabamento. A crescente competitividade obriga as empresas portuguesas a valorizarem os fatores criativos e de moda, para que consigam diferenciar-se no mercado nacional e internacional.

Por essa razão, as empresas que atuam no contexto “Casa” inserem-se cada vez mais no conceito das indústrias criativas e indústrias da moda, valorizando crescentemente os aspetos da marca, da estética, do design, do conforto, das sensações, das experiências e do marketing, procurando responder à mudança nas preferências do consumidor, às novas tendências demográficas e, ainda, aos padrões recentes de evolução do conceito e estrutura da família moderna.

De acordo com a AICEP, estes setores em conjunto integram quase 8 mil empresas portuguesas, que correspondem a mais de 56 mil postos de trabalho, e geram um volume de negócios anual de 3.000 milhões de euros, dos quais 2,7 mil milhões são provenientes da exportação de produtos para 172 países, sendo Espanha um dos principais destinos de produtos desta fileira. Além disso, entre 2012 e 2016 Portugal passou de 22º para 19º maior exportador mundial de produtos da Fileira Casa, tendo vindo a aumentar a sua quota de mercado em quase todos os sectores.

As empresas tem vindo a diferenciar-se através da criação de produtos de gama alta que aliam a qualidade superior com o design de autor e encontram nos instrumentos do COMPETE 2020 a resposta certa para desenvolver projetos de inovação .

 

  • Projeto “INOVBORDALLO”

Ao falarmos da marca Bordallo Pinheiro associamo-la de imediato à tradição secular na arte da cerâmica, à história e à vida cultural portuguesa. A Bordallo situa-se essencialmente em dois segmentos de mercado, o de louça decorativa e louça utilitária, com valorização pelo design e riqueza artística e cultural do produto à medida do seu cliente. Este projeto vai permitir à empresa uma maior flexibilidade e diferenciação de produtos (desde peças de tamanho normal a peças gigantes, com produção simultânea) que serão produzidos de forma mais eficiente, fortalecendo a competitividade e reforçando a cadeia de valor. Com impato no aumento do volume de negócios da empresa, o projeto envolve a criação de 12 postos de trabalho qualificados.

 

  • Projeto AMCLASSIC: Expanding Global Horizons for Tailor Made Furniture

Projeto de internacionalização da empresa Armando Ferreira da Silva & Filhos, Lda. (AFS) visa aprofundar as oportunidades identificadas nos mercados, consolidando desta forma o volume de exportações atingido, potenciar a entrada em novos mercados e a conquista de novos segmentos de consumidores.

Apostando em segmentos upper scale a empresa prepara-se para conquistar e consolidar mercados : França, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, Itália e Espanha, Rússia, Letónia; o Uzbequistão; o Azerbaijão e a Roménia.

O projeto envolve ainda o registo da marca AM Premium na União Europeia, China e Coreia do Sul e da AMClassic na Austrália, Cazaquistão, Coreia do Sul, EUA, Israel, Mongólia e Rússia, visando a proteção nos referidos mercados.

 

  • Projeto Cutinov

O projeto “Cutinov - Desenvolvimento de Cutelaria esteticamente inovadora recorrendo a tecnologias avançadas”, é promovido em co-promoção pela empresa BELO INOX S.A. e pelo Centro de Investigação CMEMS da Universidade do Minho e tem como objetivo desenvolver cutelaria esteticamente inovadora recorrendo a tecnologias avançadas híbridas, incluindo 3D printing multimaterial e ablação laser. A empresa pretende com este projeto de investigação apresentar ao mercado produtos inovadores, criando revestimentos funcionais que apresentem texturas diversas, com elevadas propriedades e possibilidades estéticas, mas que sejam simultaneamente resistentes mecanicamente, ao desgaste, ao impacto, e quimicamente estáveis e inertes, para o contacto com a pele e resistência a agentes químicos.

 

  • Projeto LEDinTEX

Desenvolvido pela empresa Têxteis Penedo em parceria com o CeNTI e o CITEVE, projeto LEDinTEX pretende demonstrar, em situação real, a capacidade de replicabilidade, viabilidade técnica e económica de têxteis com sistemas de iluminação (LED) integrados. Um projeto que vem sublinhar a importância dos têxteis técnicos e a aposta crescente das empresas nacionais deste setor. Pela sua natureza o LEDinTEX permitirá a apropriação das conclusões e conduzirá a novas investigações. 

18/09/2017 , Por Paula Ascenção