Compete 2020 apoia soluções para mais eficiência energética e diminuição da emissão de gases com efeito de estufa

Durante séculos, o crescimento económico parecia depender da utilização de recursos naturais como se estes fossem inesgotáveis. O resultado imediato: crise de recursos e aumento de preços. A médio prazo olhamos para o mundo que conhecemos e vemos ecossistemas a desaparecer. E não há crescimento e competitividade sem equilíbrio.

Ao modelo tradicional de produção linear hoje respondemos com modelos circulares, onde nada se perde e tudo se transforma e onde o respeito pelos ecossistemas e pela fragilidade dos mesmos marca a concepção do processo produtivo desde o seu início.

A União Europeia tem uma estratégia de longo prazo para reduzir os danos da utilização insustentável dos recursos naturais,em 2014 definiu  uma meta para a redução de gases com efeito de estufa para o período 2021-2030 estabelecendo um objetivovinculativo de pelo menos 40% de redução interna das emissões desses gases em toda a economia até 2030, em comparação com osníveis de 1990. Em novembro 2018 a Comissão Europeia apresentou a Comunicação «Um Planeta Limpo para Todos» onde propôs uma visão estratégica a longo prazo para uma economia próspera, moderna, competitiva, que permita atingir emissões líquidas nulas de gases com efeito de estufa até 2050, constituindo a base para a estratégia de desenvolvimento a longo prazo da UE no âmbito do Acordode Paris. 

O setor da energia destaca-se pelo impacto significativo e papel que desempenha em todos ou outros setores, no desenvolvimento sustentável, e nos desafios societais. Portugal tem revelado um grande dinamismo na produção de energia elétrica a partir de fontes de energia renováveis, particularmente eólica, hídrica e fotovoltaica. Os valores relativos às fontes eólicas e hídrica quase duplicaram entre 2008 e 2011, enquanto a produção de energia elétrica a partir de energia fotovoltaica tem vindo a crescer exponencialmente, embora o seu peso na produção nacional de energia ainda se mantenha reduzido.

Em paralelo procura-se mitigar o impato do modelo tradicional de consumo no planeta, designadamente estudar as alterações climatéricas e o efeito do aquecimento global no aumento do número de fogos florestais.

A mudança para uma economia de baixo carbono e eficiente na utilização de recursos representa um desafio e uma oportunidade. 

Por ocasião da Cimeira de Ação Climática, Portugal submeteu às Nações Unidas, um ano antes do prazo, o Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050, que constitui a sua Estratégia de Desenvolvimento a Longo Prazo com Baixas Emissões de Gases com Efeito de Estufa, prevista no Acordo de Paris.

O Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 estabelece, de forma sustentada, a trajetória para atingir a neutralidade carbónica em 2050, define as principais linhas de orientação, e identifica as opções custo eficazes para atingir aquele fim em diferentes cenários de desenvolvimento socioeconómico.

Atingir a neutralidade carbónica em Portugal implica a redução de emissões de gases com efeito de estufa entre 85% e 90% até 2050 e a compensação das restantes emissões através do uso do solo e florestas, a alcançar através de uma trajetória de redução de emissões entre 45% e 55% até 2030, e entre 65% e 75% até 2040, em relação a 2005.

Atingir a neutralidade carbónica em 2050 implica, a par do reforço da capacidade de sequestro de carbono pelas florestas e por outros usos do solo, a total descarbonização do sistema eletroprodutor e da mobilidade urbana, bem como alterações profundas na forma como utilizamos a energia e os recursos, apostando numa economia que se sustenta em recursos renováveis, utiliza os recursos de forma eficiente e assenta em modelos de economia circular, valorizando o território e promovendo a coesão territorial.

O COMPETE 2020 atua ativamente na promoção do crescimento sustentável, incentivando uma utilização eficiente dos recursos e contribuindo para a transição de uma economia de baixo carbono, interrelacionados com o potencial crescimento de atividades relacionadas com a economia verde e azul, com o desenvolvimento das regiões e com a criação de emprego.

Nesta edição da Newsletter vamos apresentar-lhe  projetos onde se investiga e desenvolve soluções que contribuem para a eficiência energética e para a redução da emissão de gases com efeito de estufa : 

  • Uma ferramenta para auxiliar os arquiteto na procura de soluções alternativas de renovação do edifício que tenham como objetivo minimizar o consumo de energia e maximizar a qualidade do ambiente interior de uma forma economicamente viável;
  • Uma nova Bomba de Óleo com componentes em Polímero que contribui para a redução de emissões de CO2 dos veículos ;
  • Uma plataforma que contribui para a eficiência energética e hídrica dos edifícios, potenciando a competitividade do nosso tecido empresarial face aos padrões internacionais.

27/09/2019 , Por Paula Ascenção