Registo Clínico Integrado do INEM

Enquadramento

A chamada de emergência é caracterizada no Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) quanto à sua potencial gravidade, de acordo com fluxos de triagem. A caracterização da situação assenta nomeadamente nas queixas referidas pelo contactante que desencadeia a escolha de uma sequência de perguntas protocoladas, feitas pelo operador. Estes fluxos de emergência, determinam a gravidade e consequentemente é definido um plano de resposta, indicando os meios de emergência a enviar para o local da ocorrência.

Fonte: Hospital São João

Existe um o esforço diário significativo nos CODU em responder à população de forma adequada. O volume de chamadas em espera é uma preocupação real. A questão sobre qual destas chamadas, ainda não atendida, é efetivamente emergente é uma preocupação constante.

Até agora não tem sido possível integrar a informação da observação clínica realizada pelos meios de emergência despachados para o local com o processo da triagem telefónica.

Os meios de emergência pré-hospitalar respondem por indicação da triagem CODU e atuam de acordo com a diferenciação de cada meio, registando a sua atuação em suporte informático (ICARE) ou ainda em suporte de papel, sendo que a gravidade identificada no terreno não é comunicada, em tempo real ao CODU, o que condiciona as estatísticas quanto à sua transversalidade.

A implementação do projeto propõe a modificação do registo ICARE atribuindo-lhe uma nova dimensão, ou seja, o novo registo permitirá a estratificação da gravidade no primeiro contacto de qualquer meio de emergência com o paciente, com recurso a escalas de alerta precoce, o seu registo informático e a transmissão em tempo real para o CODU, permitindo a regulação médica das situações graves.

Fonte: Bombeiros Voluntários Mondim de Basto

 

O Projeto

Trata-se de um projeto inovador que vem alterar o paradigma de análise de informação clínica de doentes em situação de emergência médica e, por envolver todo o sistema nacional de emergência médica, replicável em todas as unidades do SNS onde existam meios de emergência do INEM, dado que embora os mecanismos de replicabilidade da operação assentam nos já existentes no INEM para gerir a informação clínica dos doentes, irá suprir os “gaps” ou atrasos na informação existentes.

Por sua vez, este projeto constitui um enorme avanço tecnológico, na medida em que irá disponibilizar uma rede de comunicação mais adequada à atualidade. Numa era da desmaterialização dos processos, é fundamental que o INEM promova esta prática e que tire partido dos recursos tecnológicos para otimizar a comunicação entre os CODU (Centros de Orientação de Doentes) e os operacionais no terreno, aproximando cada vez mais o médico regulador do doente, melhorando a sua performance na obtenção de resultados estatísticos comparáveis a nível nacional. Isto é, será possível saber o que fazemos, porque fazemos e como podemos melhorar/otimizar a atuação pré-hospitalar, porque a utilização desta ferramenta tecnológica permitirá quantificar os doentes avaliados pelos profissionais de emergência pré-hospitalar quanto ao seu estado de gravidade.

Paralelamente, esta ferramenta será ainda imprescindível para a auditoria, monitorização e progressiva melhoria da medicina pré-hospitalar nacional.

Neste sentido, o projeto assenta a sua relevância clínica e tecnológica, no desenho, desenvolvimento e implementação de uma nova plataforma, denominada i-TEAMS (INEM Tool for Emergency Alert Medical System), que permitirá identificar em tempo real as situações críticas, priorizando a verdadeira emergência e otimizando a resposta às clinical pathways pré-hospitalares relevantes, com impacto direto na saúde pública nacional e consequente diminuição da morbimortalidade, e a nível económico.

O i-TEAMS, não será apenas um registo clínico eletrónico otimizado da versão existente do ICARE – Integrated Clinical Ambulance Record, mas também uma ferramenta tecnológica interativa entre os CODU e o terreno, sendo que a comunicação em tempo real de forma eficaz e segura das atuações para os hospitais, permitirá rececionar os doentes, permitindo a criação de VIAS VERDES de informação, i.e., informação relevante, célere, no momento certo e no sítio certo.

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto contou com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Apoio à Transformação Digital da Administração Pública (SATDAP), envolvendo um investimento elegível de 874 mil euros o que resultou num incentivo FSE de 742 mil euros.

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06/12/2023 , Por Miguel Freitas
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