SHOE@FUTURE - Soluções Tecnológicas para Calçado Profissional

O Testemunho de Teófilo Leite, Presidente do Conselho de Administração da ICC – Indústrias e Comércio de Calçado, SA:

 “A ICC – Indústrias e Comércio de Calçado, SA, através da sua marca Lavoro, está apostada em incorporar no calçado profissional de hoje, características, materiais, soluções técnicas e tecnológicas capazes de responder, desde já, a desafios e tendências futuras. Neste contexto, em colaboração estreita com a indústria utilizadora e parceiros académicos, tem participado em diversos projetos disruptivos, dos quais o SHOE@FUTURE é um dos expoentes.

Este projeto - que uniu à ICC a Universidade do Minho, o Instituto Politécnico de Bragança, o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal e a Codil – permitiu, para além de uma série de estudos de materiais, morfológicos e biomecânicos, o desenvolvimento de calçado profissional com soluções biomecânicas de elevada exigência funcional, tendo por base uma produção "verde" dos seus componentes. São disso exemplo as biqueiras não-metálicas, com redução de espessura, favorecendo a leveza e a estética, sem comprometer a elevada resistência ao impacto (de acordo com normas vigentes) e à compressão; ou o PU produzido a partir de produtos bio-based como o óleo de ricínio. Para este desiderato, revelou-se determinante o apoio do Compete 2020, cujos incentivos favorecem, neste projeto, a investigação e a inovação portuguesas, a sustentabilidade e a economia circular, e, consequentemente, a competitividade de indústrias nacionais, quer pela consolidação de vantagens competitivas únicas, apetecíveis para os mercados nacional e internacional.”

 

Enquadramento

O Shoe@Future é resultado da identificação pela ICC, seu copromotor líder, da oportunidade de desenvolver calçado profissional que incorpore soluções tecnológicas inovadoras. Essas soluções visam atender às necessidades atuais e futuras de utilizadores industriais ou trabalhadores expostos a ambientes extremos. O projeto procura aplicar novo conhecimento científico e técnico no desenvolvimento de componentes, calçados e processos de produção mais sustentáveis. O objetivo é impulsionar o desenvolvimento de produtos diferenciados e conquistar novos mercados internacionais.

Na Europa, América do Norte, Japão e outros países com potencial de adquirir calçados profissionais de alto valor agregado, os conceitos de Indústria 4.0 e reindustrialização são realidades incontornáveis. Reconhecendo a interligação entre produção industrial, desenvolvimento tecnológico, inovação e emprego qualificado, o projeto investiga tendências e impactos que podem ser aproveitados pelos fabricantes de calçados para criar, produzir e comercializar calçados profissionais alinhados com a Indústria 4.0 (i4.0).

De maneira simples, a Indústria 4.0 procura maximizar o uso das tecnologias mais avançadas de informação, comunicação e localização (TICL) e robótica. Estas serão empregadas no design e fabricação de produtos, considerando as necessidades e preferências dos clientes. Em alguns casos, o fabrico personalizado desses produtos é possível.

Os impactos potenciais da implementação da i4.0 são abrangentes e incluem efeitos físicos, mecânicos, químicos e biológicos. No presente projeto, dada a abrangência e possibilidade de aplicação ampla a diversas indústrias, selecionaram-se para intervenção efeitos físicos (biomecânica, ambiente térmico e conforto), químicos e mecânicos (resistência à compressão e ao impacto) e o impacto ambiental durante o processo de fabrico e utilização.

Considerando a necessidade de trabalhadores em condições extremas, como em unidades de conservação de alimentos a baixas temperaturas ou forças de segurança em ambientes quentes, frios ou químicos, o projeto visou desenvolver soluções arquitetónicas, de engenharia de produtos e novos materiais. Essas inovações elevarão o desempenho funcional do calçado, permitindo enfrentar esses desafios de forma mais eficaz.

O Apoio do COMPETE 2020

O projeto contou com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistemas de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Copromoção, envolvendo um investimento elegível de 565 mil euros o que resultou num incentivo FEDER de 410 mil euros.

 

 

29/11/2023 , Por Miguel Freitas
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