SHELLMOULD: Um novo conceito de molde integrador para maximizar a produção de embalagens de vidro

Sintese do Projeto

O projeto SHELLMOULD teve início em outubro de 2019, surgiu na sequência de outros projetos de consórcio, com resultados bastante positivos, que a INTERMOLDE, juntamente com a vidreira BA Glass (end user) e o Instituto Pedro Nunes desenvolveram. No decorrer dos anteriores projetos, o consórcio foi-se mantendo, sensivelmente, com os mesmos elementos, tendo estudado e investigado questões relacionadas com a melhoria do desempenho dos moldes para a indústria vidreira.

Neste caso em particular, o objetivo foi encontrar um novo conceito de molde que permitisse maximizar a produção de embalagens de vidro, melhorando o arrefecimento, através da criação de novos canais. Além do objectivo de produtividade para o cliente e parceiro BA Glass, para a INTERMOLDE foi fundamental que a solução encontrada fosse em simultâneo competitiva. Apoiado por um sistema de incentivo à investigação e desenvolvimento tecnológico, foi cofinanciado pelo COMPETE 2020.

O projeto cumpriu o seu objetivo: um novo tipo de molde foi desenvolvido!


Entrevistamos Jorge Ferreira, sócio-gerente da INTERMOLDE sobre o projeto SHELLMOULD, cofinanciado pelo COMPETE 2020:

Como nasceu o projeto SHELLMOULD? Quais foram as principais motivações?

Uma das principais dificuldades de uma Vidreira é conseguir uma homogeneidade da temperatura no molde da preforma da garrafa ou frasco. Dessa dificuldade surgem diferentes espessuras nas paredes das garrafas, gerando defeitos e grande número de rejeições.

As Vidreiras não dispõem de ferramentas fiáveis de validação dos projetos, limitando-se a correções pontuais e de forma empírica.

Com o surgimento da guerra na Europa e o aumento significativo dos custos energéticos, ainda acentuou mais o foco do projeto nos custos energéticos e na redução da pegada de carbono.  

Quais foram os principais desafios com que se depararam no desenvolvimento do projeto?

Um conceito de molde modular totalmente inovador, com o fabrico independente de duas peças, casca e núcleo, que tiveram de ser assembladas com todos os desafios resultantes da forte solicitação mecânica depois em fabrico.

Outro aspeto que impactou significativamente o desenvolvimento do projeto foi a crise pandémica do COVID-19, em que alguns dos parceiros estiveram encerrados por alguns períodos e tivemos que encontrar formas alternativas para reunir e trocar contributos para o desenrolar do projeto.

Os objetivos definidos para o projeto foram alcançados?

Os objetivos foram alcançados, refletindo-se no sucesso dos testes de validação no parceiro do consórcio BA Glass, em que foram produzidas garrafas/frascos com esta nova tipologia de moldes (casca+núcleo).

A conseguida homogeneidade da temperatura em toda a zona moldante do molde preparador, permitiu produzir garrafas mais perfeitas, com as paredes mais uniformes e consequentemente menos rejeições.

A melhor eficiência da refrigeração desta tipologia de moldes permitiu uma redução considerável da temperatura do molde, contribuindo para um menor consumo de energia para ventilação. De realçar, que o custo energético é um dos fatores com maior peso no custo de fabrico de uma garrafa.

De entre os resultados alcançados, há algum que gostaria de destacar?

Foi interessante percecionar a proximidade dos resultados previstos nos modelos de simulação térmica da UC e os resultados reais em validação industrial, que nos permitiu encurtar bastante tempo e etapas, por outro lado, também nos dá garantia para o futuro de ser uma metodologia a explorar e confiar.

A poupança energética resultante do melhor desempenho do molde e no contexto atual, é um dos resultados que mais destacaria.

 


O Apoio do COMPETE 2020

O projeto conta com o apoio do COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Copromoção, envolvendo um investimento elegível de 825 mil euros o que resultou num incentivo FEDER de cerca de 545 mil euros.

Links

INTERMOULD | Website

BA Glass | Website

IPN | Website

Universidade de Coimbra | Website

03/01/2024 , Por Miguel Freitas
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