CoViS: Monitorização wireless de sinais vitais

CoViS: Contactless Vital Signs Monitoring in Nursing Homes using a Multimodal Approach

O objetivo principal deste projeto é desenvolver e estudar um sistema low cost e contactless capaz de monitorizar sinais vitais e obter informações acerca do meio ambiente, permitindo aos profissionais de saúde ter acesso remoto a informação sobre o paciente em tempo real e com possibilidade de receber alertas caso exista alguma alteração extraordinária nos sinais vitais do paciente.

 

1. Entrevista | João Milheiro, da wavecom

 João Milheiro | Wavecom

 

Como nasceu o projeto? Quais foram as principais motivações?

O projeto CoViS nasceu do contexto pandémico causado pela COVID-19 e, perante a situação vivida nas unidades hospitalares e lares de idosos, o consórcio identificou a necessidade de obter uma monitorização constante, em tempo real e sem contacto com os pacientes. O projeto CoViS surgiu assim com o objetivo de desenvolver um equipamento de baixo custo capaz de monitorizar sinais vitais sem necessidade de contacto com o paciente, servindo como uma ferramenta de apoio aos profissionais de saúde.

Este dispositivo permite a medição de um conjunto de parâmetros recorrendo a vários sensores, entre os quais, um Rádio Definido por Software (RDS) capaz de medir sinais cardiorespiratórios sem contacto através de técnicas baseadas em radar, uma câmara térmica de infravermelhos para a medição corporal do paciente, um sensor de temperatura e humidade do ar e, por último, um sensor de qualidade do ar que permite a medição de dióxido de carbono e compostos orgânicos voláteis. O sistema conta também com uma unidade de processamento responsável por adquirir e processar todos estes dados e enviá-los para uma plataforma central onde são armazenados. Deste modo, os profissionais de saúde têm acesso, através de uma aplicação web, a dados e alarmística dos pacientes de forma centralizada permitindo uma atuação mais rápida e eficiente.

O que considera ser o elemento diferenciador?

Considero que existem 2 elementos que distinguem o projeto CoViS. Primeiro, a sua capacidade de medir sinais vitais sem necessidade de contacto com o paciente. Este elemento introduz uma nova realidade no que toca a doentes acamados e no seu conforto no dia a dia. Para além de não existir a necessidade de ter equipamentos ligados ao paciente, o profissional de saúde tem acesso em tempo real a estes parâmetros.

O segundo elemento é o facto de ser um equipamento de baixo custo. Embora o objetivo do projeto CoViS não seja a substituição de equipamentos médicos com a mesma finalidade, ter uma solução de baixo custo que oferece um conjunto de parâmetros em tempo real e de forma centralizada, permite às unidades hospitalares não só ter uma maior abrangência de pacientes monitorizados, mas também alocar de uma maneira mais eficaz os equipamentos médicos de referência. 

 

De entre os resultados alcançados, há algum que gostaria de destacar?

O sistema centralizado apresentou um papel fundamental para o funcionamento do sistema como um todo. Para além de permitir a ligação de vários IoT Edges (dispositivos com os sensores de medição), permitiu a captura em tempo real de todos os parâmetros transmitidos por esses IoT Edges. Ao mesmo tempo, permitiu também a gestão centralizada dos dispositivos, possibilitando a calibração, configuração ou ativar/desativar remotamente o dispositivo. O sistema centralizado foi também desenhado com a possibilidade de definição de alarmes que permitem ao utilizador final receber notificações de variações/valores anormais nos parâmetros capturados. E, finalmente, permite o acesso a uma interface web onde é possível ver todos estes parâmetros, quer em tempo real, quer em histórico, bem como a visualização de alertas.

 

Qual tem sido a mais-valia do COMPETE 2020 no desenvolvimento do projeto?

Os apoios do COMPETE 2020 permitiram à Wavecom o aumento da capacidade de I&D e consequente criação de novas áreas de negócio. Oportunidades como o projeto CoViS, é o que permite à Wavecom o estudo e avaliação de diferentes mercados de negócio. Deste modo, existe crescimento da empresa fruto do desenvolvimento de novos produtos, potenciando valor acrescentado e aumento da competitividade.

 

Apoio do COMPETE 2020 

Cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à I&DT, na vertente em co-promoção (Covid-19), o projeto COVIS envolveu um investimento elegível de 379 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de 308 mil euros.

 

Links úteis
 

 

07/10/2022 , Por Cátia Silva Pinto
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